A guerra na Ucrânia causou um arrefecimento nas relações entre a Rússia e Itália, com Giorgia Meloni a assegurar o apoio de Roma a Kiev.
Com Itália a assumir a liderança do G7 no próximo ano, era vez mais importante para os líderes políticos no Ocidente que apoiam a Ucrânia saber de uma vez por toda de que lado da barricada está a primeira-ministra Giorgia Meloni.
Inicialmente, os sinais não era promissores. Quando foi eleita em Setembro de 2022, Meloni e os seus “Irmãos de Itália” fizeram soar os alarmes no Ocidente, com o seu assumido populismo de extrema-direita em várias questões que são típicas bandeiras para esta família ideológica — combate à imigração, contestação à liderança da União Europeia e até oposição à onda de sanções contra a Rússia.
No passado, Meloni também apoiou abertamente as políticas de Putin e deu-lhe os parabéns pela sua reeleição. A líder de extrema-direita também repetidamente criticou a imposição de sanções a Moscovo após a anexação da Crimeia em 2014, citando a necessidade de proteger as exportações italianas para a Rússia.
Já em 2022, nas semanas tensas antes do início da guerra, Meloni frisou a importância de manter boas relações com Putin e até acusou Joe Biden de usar as questões de política externa para “encobrir os problemas que tem em casa”.
Se os comentários de Meloni eram pouco animadores para o Ocidente, os seus parceiros de coligação pareciam ser ainda mais fanáticos de Putin. Matteo Salvini, líder da Liga, chegou a usar uma camisola com a cara de Putin no Parlamento Europeu, e o falecido Silvio Berlusconi, que liderava o Forza Italia, culpou a Ucrânia pela guerra e tinha orgulho em ser um amigo pessoal do presidente russo.
Mas, por estes dias, Meloni assumiu-se com uma aliada inesperada dos ucranianos e moderou o discurso crítico dos aliados no Ocidente, estando até prestes a ser recebida na Casa Branca por Joe Biden.
A grande surpresa surgiu na cimeira do G7 em Maio, quando a primeira-ministra italiana se mostrou muito entusiasmada com a aproximação aos Estados Unidos. Já na cimeira da NATO em Julho, onde Zelenskyy esteve presente, Meloni apoiou a decisão do G7 de dar garantias adicionais de segurança à Ucrânia.
Pelo meio, em Fevereiro, Meloni encontrou-se com o chefe de Estado ucraniano em Kiev, numa visita que selou a confiança dos aliados ocidentais no Governo italiano e que deixou claro que Putin não pode contar com os seus velhos amigos italianos.
Antonio Tajani, líder do partido Forza Itália e Ministro dos Negócios Estrangeiros de Meloni, acredita que o conflito na Ucrânia ajudou a fortalecer as relações entre Roma e Washington.
“Itália faz parte da aliança ocidental e quer ser protagonista na aliança ocidental e, em particular, na sua aliança com os EUA. Desde a crise na Ucrânia, a nossa relação em questões de segurança e política partilhadas com os EUA tem sido fortalecida”, afirma ao Politico.
Sentimento pró-Rússia ainda persiste
O apoio de Meloni à Ucrânia está longe de ser consensual. Alguns políticos tanto na direita como na esquerda ainda têm uma postura mais próxima da Rússia e criticam fortemente o envio de armas italianas para Kiev.
Apesar de Biden e Meloni estarem sintonizados na questão ucraniana, não há garantias de que haverá tanta harmonia noutros assuntos. Em 2019, Itália tornou-se o único país do G7 a integrar a iniciativa chinesa da Nova Rota da Seda, que será renovada este ano.
Washington espera que Roma rasge o acordo, perante a crescente tensão entre Pequim e o Ocidente, e apesar de Meloni já o ter caracterizado como um “grande erro”, a sua posição definitiva sobre a renovação ainda não é clara.
Guerra na Ucrânia
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21 Novembro, 2024 Os russos andam a denunciar… os russos. Parece a URSS
A Sr.ª Primeira-Ministra da Itália, Giorgia Meloni, e o Sr.º Vice Primeiro-Ministro, Matteo Salvini, são uma fraude – assim como o Partido Chega (CH) em Portugal -, a única pessoa confiável, com princípios, valores, e ideologia, era o Sr.º Silvio Berlusconi.
Pôr na mesma frase Berlusconi, valores, princípios e ideologia diz muito do Figueiredo. As melhoras! Bem precisas!
Este Figueiredo continua doente. Não te cures que não vais longe!