O Presidente russo, Vladimir Putin, disse hoje que foi desencadeada contra a Rússia uma autêntica guerra garantindo a vitória e acusando o “ocidente” de ser a causa da divisão, dos conflitos e das revoluções no mundo.
“Contra a nossa Rússia foi desencadeada, outra vez, uma autêntica guerra. Mas, nós resistiremos ao terrorismo internacional e também defenderemos os habitantes do Donbás [território anexado na Ucrânia] assim como vamos garantir a nossa segurança”, disse Putin no discurso perante as tropas em parada na Praça Vermelha, em Moscovo.
A Rússia assinala hoje o Dia da Vitória, que comemora a vitória europeia dos Aliados sobre o regime da Alemanha nazi, no final da Segunda Guerra Mundial, em 08 de maio 1945.
O Presidente russo tomou pessoalmente em mãos a organização das cerimónias, tendo previsto um discurso, apesar de informações não confirmadas de fontes ucranianas que admitiam que Vladimir Putin apenas falará em formato ’online’.
Embora a grande maioria dos meios militares e soldados russos estejam destacados na invasão da Ucrânia, Putin tem por hábito usar datas simbólicas para realizar demonstrações de força.
Nos países sob influência da antiga União Soviética, a partir de 1967, o Dia da Vitória começou a ser comemorado nos dias 9 de maio, referindo-se ao dia da capitulação das forças nazis perante as tropas soviéticas, e passou a ser considerado um dia feriado.
O desfile militar russo do Dia da Vitória começou na Praça Vermelha, em Moscovo, na presença do Presidente da Rússia e de vários líderes de repúblicas ex-soviéticas, sob fortes medidas de segurança.
A tradicional marcha é presidida por Vladimir Putin, que vai mais tarde dirigir-se às tropas em parada, entre as quais as unidades que combatem na Ucrânia, país invadido pela Rússia, em fevereiro de 2022.
Encontram-se presentes os líderes da Bielorrússia, principal aliado da Rússia na campanha contra a Ucrânia e os chefes de Estado da Arménia, Cazaquistão, Uzbequistão, Tajiquistão e Turquemenistão.
Fortes medidas de segurança
O Kremlin admitiu que as autoridades decidiram cancelar vários atos públicos, este ano marcados por fortes restrições de segurança, que incluem a proibição de ‘drones’ e serviços de transportes por aplicações nas maiores cidades do país e até ‘jet skis’ nos canais de São Petersburgo.
As preocupações de segurança foram agravadas desde que, na semana passada, a Rússia acusou a Ucrânia de lançar dois ‘drones’ contra o Kremlin, visando assassinar Putin.
A habitual marcha do “Regimento Imortal”, como é conhecido na Rússia, foi cancelada por “receio de atos terroristas de Kiev”.
Numa decisão sem precedentes, a Praça Vermelha foi encerrada há duas semanas, mesmo antes do alegado ataque com aparelhos aéreos não tripulados (drones) contra o Kremlin que as autoridades russas atribuíram a Kiev.
Várias paradas militares em mais de duas dezenas de cidades da zona oeste da Rússia foram canceladas pelos mesmos motivos, assim como nos Urais e na Sibéria e na Península da Crimeia, território ucraniano anexado por Moscovo na invasão de 2014.
Apesar das hostilidades, Putin felicitou o povo ucraniano pelo Dia da Vitória, mas não o presidente Volodymyr Zelensky.
Segundo o Ministério da Defesa da Rússia vão desfilar hoje no centro de Moscovo, 10 mil soldados e vão ser exibidos 125 equipamentos militares, incluindo os tanques T-90; T-72 e T-14, além de peças de artilharia, baterias antiaéreas e mísseis de cruzeiro.
Na Grande Guerra Patriótica, como é conhecida a campanha soviética durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) morreram 26 milhões de cidadãos soviéticos, entre os quais oito milhões de soldados, de acordo com os dados históricos oficiais.
Dia da Vitória em ambiente de alta tensão
Ao fim de mais um ano do que Moscovo chamou “operação militar especial”, a situação no terreno caiu num impasse, com avanços e recuos residuais de ambos os lados, à custa de pesadas baixas, sobretudo em Bakhmut (leste), onde se arrasta desde agosto a batalha mais longa e sangrenta desta guerra.
Nesta altura, espera-se também uma contraofensiva ucraniana, que recentemente recebeu tanques pesados e reforço de armamento dos seus aliados.
Putin considera a invasão da Ucrânia como uma guerra existencial pela sobrevivência da Rússia, usando entre os seus argumentos a “desnazificação” do regime de Kiev, que devolve a acusação.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, comparou por seu turno a ofensiva da Rússia ao nazismo, afirmando que “este mal” será vencido tal como em 1945, e, num novo sinal de afastamento de Moscovo, anunciou que a data da vitória alcançada na Segunda Guerra será celebrada no seu país em 8 de maio, à semelhança do que acontece no resto da Europa, ou no “mundo livre” como descreveu.
Esta alteração mereceu elogios da presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, que estará hoje em Kiev, depois de ter apresentado ao Conselho da União Europeia o 11.º pacote de sanções contra a Rússia.
Apesar dos receios na Ucrânia e na Rússia de que a data de hoje seja usada para a realização de mais ataques, além de Von der Leyen em Kiev são esperados, por seu lado, em Moscovo vários líderes estrangeiros.
Em 2020 e pela primeira vez, as celebrações dos 75 anos do Dia da Vitória foram adiadas por causa da pandemia de covid-19.
ZAP // Lusa
Esta guerra não é uma guerra pela sobrevivência da Rússia mas sim pela sobrevivência de Putin e do seu regime – duas coisas completamente diferentes. A conversa de que o Ocidente quer destruir a Rússia para ficar com as suas riquezas já aborrece, já cheira a podre. Não vejo nem ouço ninguem no Ocidente (ou qualquer outro sítio da Terra) reclamar a devolução de Kaliningrado (Konigsberg) à Alemanha, a Crimeia aos Tártaros ou a Carélia aos Finlandeses. Porquê tanta mania da perseguição?
Paulinho, Ruizinho…este homem precisa de ajuda.
O Povo Russo não tem de temer o Ocidente , mas sim os Fascistas, Ditadores e Nazis Putinistas !