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PSP tem a menor percentagem de mulheres polícias na Europa

António Cotrim / Lusa

Na quarta-feira, a Associação Sindical de Profissionais de Polícia vai apresentar, em Espanha, as conclusões de um estudo que coordenou sobre a as mulheres na PSP.

A Associação Sindical de Profissionais de Polícia (ASPP), o maior sindicato da PSP, coordenou um inquérito interno sobre as mulheres nesta força de segurança e concluiu que só 10% do efetivo é constituído por profissionais do sexo feminino.

Ao Diário de Notícias, Marisa Dolores, dirigente da associação, destacou ainda que este valor está “praticamente estagnado ao longo dos anos”, colocando em causa o serviço operacional. A responsável referiu a existência de registos de casos de mulheres grávidas que perdem vencimento, uma situação que configura uma ilegalidade, no mínimo moral”.

Quando as mulheres engravidam “são retiradas obrigatoriamente do trabalho operacional e perdem os subsídios de patrulha e de turno e deixam de fazer gratificados, o que significa um corte de cerca de 1/3 do salário”.

O relatório confirma ainda mais problemas, nomeadamente em relação ao equipamento de proteção individual e armamento, uma vez que “não existe material adaptado às mulheres, além de nem sequer existir para todos elementos policiais”.

As mulheres na PSP continuam também sem ter instalações próprias, como vestiários. Os cargos de chefia são maioritariamente desempenhados por homens, sendo que a PSP nunca teve uma mulher a dirigir os seus destinos.

Esta quarta-feira, Marisa Dolores, assim como outros dirigentes da ASPP, marcarão presença na cidade espanhola de Málaga para participar na conferência de encerramento do Projeto Europeu “EQUAL POLICE: European Police together toward more egalitarian workplace”, onde vão apresentar as conclusões do estudo português.

“Somos o país da Europa como menos mulheres na polícia”, lamenta a responsável. Em 1930, entraram as primeiras mulheres para esta força de segurança, sendo que no início tinham apenas funções de apoio e assistência. Em 1972, foi criado o primeiro curso de formação para mulheres agentes, mas para ocuparem cargos administrativos.

ZAP //

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