António Cotrim / Lusa
O secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos
Pedro Nuno Santos lançou as bases do programa esta sexta-feira e lembrou: o caso Montenegro não está encerrado.
O Partido Socialista (PS) já entrou em modo campanha, com Pedro Nuno Santos a anunciar esta sexta-feira as cinco áreas prioritárias do partido com vista as legislativas antecipadas de 18 de maio.
Melhoria dos salários, habitação, defesa e política externa, ambiente e transição climática, e justiça são as prioridades e principais temas dos debates a decorrer nas 5 sessões setoriais entre 26 de março e 1 de abril.
Aumento dos rendimentos: prioridade central
“Temos demasiados portugueses a ganhar à volta de 1.000 euros com grandes dificuldades em chegar ao final do mês e, ao longo deste ano, não vimos nada de relevante para melhoria dos rendimentos”, criticou Pedro Nuno Santos, frisando que o atual acordo plurianual para a valorização salarial, estabelecido pelo anterior Governo, se revelou “insuficiente” face às dificuldades sentidas pelas famílias.
O pacto anterior previa um salário mínimo nacional de 1.020 euros até 2028, mas o líder socialista quer ir mais longe.
Habitação acessível para a classe média
O PS quer uma política mais abrangente para a habitação, que vá além do apoio às famílias mais carenciadas e inclua também soluções para a classe média. A falta de habitação a custos acessíveis é “um dos maiores dramas nacionais”, disse Pedro Nuno, que referiu que Portugal registou o maior crescimento dos preços da habitação da última década, o que agravou o problema da acessibilidade e tornou urgente a implementação de medidas eficazes para aumentar a oferta de habitação a preços comportáveis.
Defesa e política externa
O investimento na defesa e na política externa surge igualmente como uma das áreas prioritárias. O líder socialista criticou que a área tem sido “desvalorizada pelo primeiro-ministro” a postura do actual primeiro-ministro, Luís Montenegro, num momento em que a União Europeia encoraja os Estados-membros a reforçarem os seus investimentos em defesa. Pedro Nuno Santos recordou que a UE disponibilizou um pacote financeiro de 150 mil milhões de euros, além de flexibilizar as regras orçamentais para apoiar este esforço conjunto.
Transição climática
“A política climática não tem de ser adversário de uma vida justa, pode ser uma oportunidade de desenvolvimento”, defendeu o líder do PS. Comprometeu-se a apresentar propostas que articulem o combate às alterações climáticas com a criação de riqueza e bem-estar para os cidadãos.
Justiça, ética e segurança interna
O PS promete discutir soluções para acelerar os processos judiciais, reforçar a transparência e garantir uma maior proximidade das forças de segurança às populações. Pedro Nuno Santos destacou que “um país menos seguro é um país menos livre” e reafirmou o compromisso do PS com o policiamento de proximidade.
