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Propulsor “impossível” da NASA cada vez mais perto de acontecer

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EM Drive

EM Drive

Um dos principais engenheiros que trabalham no controverso propulsor EM Drive da NASA no Laboratório Eagleworks, no Centro Espacial Johnson, no Texas, falou publicamente sobre o estado atual do projeto. Esta é a primeira informação divulgada, ao fim de meses de sigilo sobre os desenvolvimentos.

O propulsor EM Drive é um propulsor hipotético que não precisa de combustível – é por isso que tem gerado tanta euforia à volta da sua concepção. Para funcionar, este propulsor utiliza um magnetrão – um tubo de vácuo de alta potência que gera microondas a partir da interação entre um campo magnético e eletrões.

O magnetrão envia estas microondas para uma estrutura que, de acordo com os defensores desta tecnologia, é o que acaba por gerar o misterioso impulso – produzido, aparentemente, do nada.

As últimas notícias sobre o EM Drive vêm do engenheiro da NASA Paul March, num post publicado no fórum NASA Spaceflight.

A publicação foi feita em resposta a um artigo ainda não publicado que afirma que o impulso do dispositivo é gerado pela força de Lorentz que existe entre a EM Drive e o campo magnético da Terra – algo que, de acordo com March, os testes provam não ser verdade.

“Posso dizer-lhe que primeiro construímos e instalamos um amortecedor magnético fechado, de segunda geração, que reduziu os campos magnéticos na câmara de vácuo em pelo menos uma ordem de grandeza e quaisquer interações que pudessem ser produzidas pela força de Lorentz”, comentou no seu post de 28 de outubro. “Mesmo assim, os sinais de impulso anómalos continuaram”, afirmou.

March também descreveu que, nos últimos desenvolvimentos, a expansão térmica do propulsor tem sido levada em conta para reduzir todas as fontes possíveis de erro. Contudo, o impulso anómalo ainda está a ser observado, e a sua causa permanece inexplicável.

Quando os testes no laboratório Eagleworks estiverem completos, serão submetidos para verificação e validação no Centro de Investigação Glenn, da Universidade Johns Hopkins, nos EUA, e no Jet Propulsion Laboratory (JLP), o centro de tecnologia da NASA localizado na California.

Porque “controversa”?

O propulsor EM Drive é controverso porque aparentemente viola as leis de conservação do momento linear de Newton, já que não aplica qualquer força conhecida na extremidade menor do seu cone – teoricamente, o propulsor não se deveria mover.

O suposto impulso é pequeno, na ordem de um micronewton (o peso de um mosquito na Terra), de modo que os fenómenos não registados poderão ser igualmente pequenos – e por isso podemos simplesmente não estar a vê-los acontecer.

Uma força tão pequena pode não parecer útil para uma viagem espacial, mas poderá fazer a diferença quando puder ser ampliada.

Se o EM Drive se tornar uma realidade, alguns afirmam que poderia ser usado para alcançar os limites do Sistema Solar em meses – em vez de décadas, como a tecnologia atual nos permite.

HypeScience

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