O Secretariado Nacional da FENPROF considerou este sábado a divulgação de ‘rankings’ de estabelecimentos de ensino “redutora, injusta e perversa”, refletindo um “ataque à escola pública”.
A FENPROF, em comunicado publicado no seu site, considera “esta seriação das escolas redutora, injusta e perversa” e explica que os ‘rankings’ hoje divulgados comparam escolas, públicas e privadas, “sem atender aos desequilíbrios do país e a fatores que a investigação comprova que influenciam fortemente os resultados dos alunos”.
Os ‘rankings’, que só se baseiam nas médias de exame e não nos dados de contexto, “não servem para avaliar escolas, mas servem para difundir uma imagem negativa das escolas públicas, que, afastadas do topo da tabela, são apontadas como ineficazes e ineficientes”, salienta a Federação Nacional dos Professores (FENPROF).
Assim, defende, os ‘rankings’, “sem quaisquer pruridos, põem a jogar no mesmo campeonato escolas privadas que selecionam criteriosamente os seus alunos com escolas públicas a que todos (justamente) têm acesso, escolas públicas em que a maioria dos alunos beneficia de ação social escolar com escolas privadas com mensalidades que vão até 656 euros”.
Outras questões que justificam a posição da organização sindical relacionam-se com o facto de a análise comparar da mesma forma escolas do interior com aquelas dos grandes centros urbanos, estabelecimentos em que os alunos frequentam exclusivamente cursos orientados para o prosseguimento de estudos com outros em que a maioria frequenta cursos profissionais.
Mas, também são listadas escolas em que as habilitações académicas dos pais chegam a uma média de 15 anos de escolaridade com outras em que não vão além de oito, ou unidades que levam um número reduzido de alunos a exame com outras que levam largas centenas ou mesmo milhares.
A FENPROF critica os órgãos de comunicação social que, considera, “catalogam as escolas como ‘boas’ e ‘más’, ‘melhores’ e ‘piores’, em função do lugar relativo que ocupam no ranking, [o que] é de uma enorme leviandade e falta de rigor”.
ZAP/Lusa