O professor da Universidade de Nova York, Scott Galloway, fez uma previsão audaciosa no evento South by Southwest (SXSW) em março deste ano: antecipa que a Tesla, fabricante de automóveis elétricos de luxo liderada por Elon Musk, será adquirida por alguma outra empresa dentro de um ano.
Scott Galloway tem crédito em suas previsões: quando a Amazon anunciou a sua aquisição da rede de mercados populares norte-americana Whole Foods, antecipou a compra meses antes de ocorrer.
Nesse final de maio, estamos a ver sinais de que Galloway pode ter acertado mais uma: atualmente, a Tesla está a passar graves problemas de desvalorização de ações, com os seus papéis na Bolsa a ser comercializados a menos de 179 euros — uma queda de 35% nos meses mais recentes, desde que o ano começou.
Analistas indicam que a demanda pelos automóveis fabricados pela empresa continua em queda, o que fariam dela uma excelente candidata a ser comprada por uma empresa grande de tecnologia, a preços populares.
Num passado distante, Elon Musk teve encontros com a Apple para tratar justamente deste assunto. Na época, porém, a Tesla tinha mais valor do que tem hoje.
Agora, Galloway reforça a sua previsão com mais detalhes: falando durante a apresentação do podcast Recode with Sara Swisher, da Vox Media, nessa última sexta, o professor universitário disse que “os investidores estão finalmente a cansar-se desta situação. A minha previsão é a de que, dentro de 12 meses, a Tesla terá valor abaixo de 89 euros por ação e provavelmente será adquirida porque há valor real nela”.
Por “valor real”, Galloway refere-se aos avanços da montadora americana na área de dirigibilidade autónoma e pesquisas de inovação: o seu sistema de piloto automático é um dos únicos disponíveis ao público e também um dos mais populares.
A empresa também investe em novas funções para os seus veículos e consegue implementá-las via atualização de software, algo que outras montadoras ainda têm dificuldade em fazer.
A Tesla, hoje, tem um valor de mercado que rodeia a casa dos 31 mil milhões de euros. Com a desvalorização prevista por Galloway, é possível que esse valor caia para algo entre 17 e 18 mil milhões.
Mesmo com uma queda tão brusca, são poucas as empresas que poderiam dispor de tanto dinheiro para adquirir a empresa de Elon Musk: “Temos talvez umas duas empresas que poderiam comprá-la: talvez a Toyota, talvez a Daimler Benz, mas é uma aposta fraca”, disse.
Em vez disso, Galloway aponta para o mercado tecnológico. Rumores de uma aquisição da Tesla pela Apple têm fluturado o noticiário especulativo há anos. “Os que poderiam comprá-la, que realmente têm balanço financeiro, são as empresas de tecnologia, mas não querem entrar nos negócios de baixa margem”, argumenta Galloway. “Será que a Google começaria a ver carros como mais uma plataforma para anúncios, talvez?”
A Tesla não quis comentar as especulações.
ZAP // Canal Tech