Professor suspeito de 2000 crimes de abuso de menores dava prendas para calar as vítimas

O suspeito confessou parte dos crimes em tribuna. Os abusos aconteceram na sala de aula de uma escola do 1.º ciclo.

O professor de 50 anos suspeito de mais de 2000 crimes de abuso sexual de menores vai ficar em colocado em prisão preventiva. Os crimes terão acontecido numa escola do 1.º ciclo na Póvoa de Lanhoso, com o professor a ter-se aproveitado da vulnerabilidade de nove alunas para abusar delas, dando-lhes ainda pequenos presentes para as silenciar.

A Polícia Judiciária (PJ) de Braga agiu rapidamente após receber denúncias da direção da escola secundária onde algumas das vítimas agora estudam. As denúncias, que foram formalizadas na segunda-feira, levaram à detenção do suspeito em menos de 24 horas. Raul Torres, inspetor-chefe da PJ de Braga, destacou a celeridade da operação para interromper os crimes, que ainda estariam a ocorrer.

Durante a investigação, emergiram relatos perturbadores de abusos, incluindo toques inapropriados, beijos e conversas de teor sexual, realizados na sala de aula. As vítimas, que tinham entre 6 e 9 anos à época dos abusos, detalharam os atos praticados pelo professor.

Apesar de uma carreira de mais de 24 anos e passagens por várias escolas no Norte de Portugal, o professor nunca tinha sido denunciado previamente. A investigação aponta, no entanto, que o padrão de abusos sugere a possibilidade de haver mais vítimas ao longo dos anos. “O perfil deste suspeito indica que a conduta é sistemática e ocorre há algum tempo”, afirmou António Gomes, diretor da PJ de Braga.

Na sua apresentação ao Tribunal de Braga, o acusado manteve-se em silêncio diante das provas apresentadas, mas quando detido, confessou parte dos crimes. A detenção ocorreu na própria sala de aulas, onde o professor foi surpreendido pelos inspetores da PJ, avança o Correio da Manhã.

Antes de lecionar na Póvoa de Lanhoso, o suspeito trabalhou em várias funções educativas, incluindo como responsável pelas bibliotecas escolares no concelho de Barcelos, e deu aulas noutras cidades como Amares, Porto e Vila Nova de Gaia. Este caso continua a ser investigado pela Polícia Judiciária, que não descarta a identificação de mais vítimas futuramente.

ZAP //

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