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Suécia abandona investigação a Assange por alegada violação

acidpolly / Flickr

Julian Assange, fundador do WikiLeaks

Julian Assange, fundador do WikiLeaks

A procuradoria sueca anunciou hoje que abandona o processo por violação contra o fundador do WikiLeaks Julian Assange, encerrando uma saga judicial que durava desde 2010.

“A procuradora Marianne Ny decidiu não dar seguimento ao inquérito por presumível violação contra Julian Assange”, indicou a procuradoria num comunicado, adiantando que explicará a decisão numa conferência de imprensa em Estocolmo ainda hoje.

Esta é uma vitória para o australiano de 45 anos, que sempre negou as acusações feitas contra ele em agosto de 2010 por uma sueca de cerca de 30 anos.

Assange está refugiado na embaixada do Equador em Londres desde 2012 para escapar ao mandado de detenção europeu emitido pela Suécia. Argumenta tratar-se de uma manobra para conseguirem a sua extradição para os EUA, onde pode ser processado pela publicação de documentos militares e diplomáticos confidenciais.

Em novembro, depois de múltiplas complicações processuais, foi ouvido em Londres por um procurador do Equador na presença de magistrados suecos. Repetiu ser completamente inocente, dado as relações sexuais com a queixosa terem sido consentidas.

Queixosa sueca “chocada” com decisão

A sueca que acusa Julian Assange de violação declarou-se “chocada” e considerou “um escândalo” a decisão da procuradoria sueca de abandonar o processo contra o fundador do WikiLeaks, mantendo as acusações, afirmou hoje a sua advogada.

“É um escândalo que um presumível violador possa escapar à justiça e assim evitar os tribunais. Existem provas neste caso e estas provas deveriam ser analisadas durante um julgamento”, declarou a advogada Elisabeth Fritz numa mensagem de correio eletrónico dirigida à agência France-Presse.

A minha cliente está chocada e nenhuma decisão (…) pode alterar o facto de que Assange a violou”, adiantou.

A procuradoria sueca tinha até hoje para decidir prolongar ou não o pedido da sua detenção e indicou, no entanto, que o processo pode ser reaberto até à prescrição do delito, em 2020.

ZAP // Lusa

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