O Departamento da Justiça norte-americano terá preparada uma acusação contra o ativista e fundador da organização WikiLeaks, Julian Assange.
A informação foi tornada pública por um “erro” num tribunal, com um documento de um caso não relacionado que menciona a acusação ao ativista, que é classificada como informação “confidencial”. Não se conhecem os crimes de que Assange estará acusado, mas os EUA pretenderiam tornar o caso público apenas quando o ativista fosse detido.
A informação surgiu esta sexta-feira, quando foi detetada por um especialista norte-americano em terrorismo, Seamus Hughes, da Universidade George Washington.
Hughes, que costuma analisar documentação de processos judiciais, encontrou um documento num caso não-relacionado com Assange onde se podia ler que “devido à sofisticação do acusado e à publicidade relacionada com o caso, não é provável que outro procedimento mantenha confidencial o facto de que Assange foi acusado”.
No mesmo documento, o procurador Kellen Dwyer escreve ainda que as acusações contra o fundador da WikiLeaks devem “permanecer sob sigilo até que Assange seja detido”.
Contactado por vários meios de comunicação norte-americanos, um porta-voz da Procuradoria-Geral dos EUA confirmou que “a informação divulgada no documento do tribunal foi um erro”.
Ao Washington Post, várias fontes relacionadas com o caso confirmaram que a informação sobre a acusação a Assange é verdadeira, mas que a divulgação do facto foi acidental.
Julian Assange está retido na embaixada do Equador em Londres desde 2012, altura em que pediu asilo. Na época, Assange estava a ser acusado de crimes sexuais na Suécia e temia que o país escandinavo o extraditasse para os EUA, onde poderia ser acusado pela divulgação de informação confidencial.
Em causa estava a publicação de correspondência diplomática e outra documentação sigilosa do Governo norte-americano que foi divulgada pela WikiLeaks.
Não é segredo que o Departamento de Estado norte-americano tem vindo a investigar há vários anos Julian Assange e a WikiLeaks. Os crimes de que pode ser acusado são conspiração, roubo de propriedade estatal ou espionagem.