Princesa saudita desaparecida há meses após tentar fugir do país

Chatham House / Flickr

A princesa saudita Basmah bint Saud está desaparecida desde março deste ano, após alegadamente ter tentado fugir do país. A denúncia foi feita por uma fonte não identifica próxima à princesa.

No final de 2018, a princesa Basmah bint Saud tentou sair da Arábia Saudita para a Suíça, mas sem o sucesso pretendido. O seu paradeiro é desconhecido desde março deste ano, com a Deutsche Welle a sugerir que a princesa está refém na sua própria casa desde então.

Uma fonte próxima à princesa, que não quis ser identificada, disse à estação televisiva alemã que a princesa não podia falar abertamente porque as suas comunicações estavam a ser monitorizadas. Basmah é uma acérrima defensora dos direitos humanos e defende uma reforma constitucional na Arábia Saudita.

“Temos ministros que são incapazes de fazer o que lhes foi ordenado, porque não há consequências. Se fores um homem pobre e roubares, cortam-te a mão após três delitos. Mas se fores um homem rico, ninguém dirá nada”, disse, numa entrevista de 2012, citada pelo Observador.

Contactadas pela Deutsche Welle em relação ao caso, as autoridades sauditas não responderam.

De acordo com a fonte que contactou a DW, a princesa terá tentado fugir novamente do país em março, razão pela qual foi detidas pelas autoridades. Leonard Bennett, advogado americano que tratou da tentativa da fuga do país em dezembro, disse que “ela simplesmente saiu do radar”, que “ninguém sabia onde ela estava” e, por isso, temiam o pior.

Após várias tentativas de contactá-la, quando ela finalmente respondeu, pareceu estar a ser mantida como refém.

“Algumas fontes dizem que o líder da Arábia Saudita não saberá do seu paradeiro, mas discordo — ele sabe. Por isso, queremos saber o que acha disto. Por que razão está a ela detida?”, questionou uma fonte ligada à família real.

Alegadamente a saída da princesa saudita estava relacionada com um “tratamento médico urgente”. No entanto, as autoridades do país podem ter suspeitado que este se tratasse de uma fuga por razões políticas, já que o seu voo fazia escala na Turquia – um país que não tem a melhor das relações com os sauditas.