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Onde está Latifa? Princesa do Dubai desapareceu há dois meses

Depois de uma tentativa de fuga falhada, Sheikha Latifa foi levada de volta para o Dubai, mas ninguém sabe do paradeiro da princesa desde então.

No dia 4 de março, a filha de Sheikha Mohammed, primeiro-ministro dos Emirados Árabes Unidos e emir do Dubai partilhou um vídeo no YouTube no qual revelava que tinha fugido do seu país. Sheikha Latifa dizia que queria libertar-se da “maldade” do pai.

“Ele é pura maldade. É responsável pela morte de muitas pessoas. A imagem de homem de família é apenas um exercício de relações públicas”, afirma, referindo-se ao pai, que é considerado pela Forbes como o quinto monarca mais rico do mundo. A fuga foi planeada com a ajuda de dois amigos, que saíram com a princesa dos Emirados Árabes Unidos num iate.

No vídeo de 40 minutos, Latifa Mohamed al Maktum relatou que a primeira vez que tentou fugir do país e do pai foi em 2002, mas sem sucesso. Nessa altura, acabou por ser apanhada e esteve presa durante três anos, período durante o qual foi torturada e drogada, conta.

“Este vídeo pode salvar-me a vida e se o estão a ver é sinal que estou morta ou numa situação muito difícil”, alertou a princesa, pedindo ajuda. Estas foram as últimas palavras da princesa que a advogada britânica Radha Stirling ouviu antes da chamada telefónica terminar. Este apelo aconteceu no dia 4 de março, segundo o Diário de Notícias.

Mais de um mês depois da tentativa de fuga, no dia 18 de abril, uma fonte próxima do Governo confirmou à imprensa que a princesa tinha sido trazida de volta. “O que eu posso confirmar é que eles a encontraram e que ela foi trazida de volta”, disse a fonte, sob anonimato, ao The Guardian.

A fonte não sabia, porém, quem encontrou Sheikha Latifa ou quem a trouxe de volta para o país, mas assegurou que a princesa, de 32 anos, estava com a família e “muito bem”. No entanto, apesar das notícias de que a princesa tinha sido “trazido de volta”, o que é certo é que a princesa não é vista nem ouvida há dois meses.

“As autoridades dos Emirados Árabes Unidos devem revelar imediatamente o paradeiro de Sheikha Latifa, confirmar o seu estado e permitir que ela contacte com o mundo exterior”, disse a diretora da organização Human Rights Watch (HRW), Sarah Leah Whitson.

O finlandês Tiina Jauhiainen, descrito como amigo de Sheikha Latifa e um dos vários estrangeiros no barco, disse que a guarda costeira indiana participou do ataque à embarcação em coordenação com as autoridades dos Emirados Árabes Unidos.

“Os homens entraram no iate, apontaram armas à princesa, deitaram-na ao chão e amarraram-lhe as mãos atrás das costas”, disse a HRW. Os homens estariam a gritar em inglês: “Quem é Latifa?“.

O Dubai afirma, por sua vez, que esta situação não passa de “uma questão doméstica que se transformou num romance que se transformou num esquema violento para manchar a reputação do país”. Segundo uma fonte do jornal britânico, o tema é um assunto privado que foi explorado, e acusa o Qatar de ter alimentado esta história.

Além disso, a fonte do governo de Sheikh Mohammed acrescentou que os três principais companheiros de Latifa que terão participado na tentativa de fuga – uma finlandesa e dois franceses – são procurados no Dubai por acusações anteriores.

ZAP //

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