Primeiro satélite de madeira vai viajar até ao Espaço

Uma equipa de investigadores construiu com sucesso o primeiro satélite de madeira do mundo. O pequeno objeto em forma de cubo vai ser enviado para o Espaço a bordo de um foguetão da SpaceX.

O LignoSat, anunciado em 2021, é um cubo de 10 centímetros feito de painéis de madeira de magnólia com 4 a 5,5 milímetros de espessura, com uma estrutura parcialmente construída em alumínio.

O pequeno satélite de madeira é o resultado de cerca de quatro anos de desenvolvimento de uma equipa de investigadores da Universidade de Quioto e da Sumitomo Forestry.

Segundo o Ciencia Plus, o projeto visa combater o lixo espacial e promover uma atividade espacial mais respeitadora do ambiente. As regras internacionais atuais exigem que os satélites reentrem na atmosfera após as suas missões para evitar que se transformem em lixo espacial.

Os satélites convencionais representam um risco de poluição atmosférica devido às partículas metálicas geradas durante a reentrada. “Expandir o potencial da madeira como recurso sustentável é significativo”, diz o professor da Universidade de Quioto e astronauta Takao Doi.

“O nosso objetivo é construir habitats humanos utilizando madeira no Espaço, como na Lua e em Marte, no futuro”, acrescenta.

 

O satélite vai ser entregue à Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial a 4 de junho e tem como destino a Estação Espacial Internacional, e vai ser colocado em órbita no Espaço um mês depois de chegar ao laboratório.

A equipa planeia explorar o potencial da madeira através da análise dos dados enviados pelo novo satélite.

Nos seis meses após o lançamento, serão recolhidos dados sobre a expansão e contração da madeira, a temperatura interna, o geomagnetismo e o desempenho do equipamento eletrónico. Estes dados, vão servir de base para o desenvolvimento de um segundo satélite, o LignoSat-2.

A Sumitomo Forestry vai também analisar os resultados de modo a compreender como a madeira se decompõe ao nível nanométrico, para desenvolver tecnologia que permita evitar a degradação da madeira e criar novas utilizações para a mesma — incluindo materiais duradouros para exteriores de edifícios.

Soraia Ferreira, ZAP //

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