A Agência Espacial Europeia (ESA) revelou o primeiro fragmento do futuro mapa do Universo. Este “mosaico” apenas 1% do que poderemos ver nos próximos seis anos, que mostrará cerca de 8 mil milhões de galáxias.
O telescópio espacial Euclid da ESA, enviado para o Espaço em julho de 2023, deu-nos, esta terça-feira, o primeiro vislumbre do tão esperado “atlas cósmico”.
O primeiro fragmento do futuro “grande mapa do Universo” foi, finalmente, revelado. Mostra estrelas da Via Láctea e galáxias vizinha, mas representa apenas 1% do que será nos próximos seis anos.
“A escala é absolutamente incompreensível”, disse a diretora científica da ESA, Carole Mundell, numa reunião do Congresso Internacional de Astronáutica, esta quarta-feira, em Itália, citada pela New Scientist.
A representação da imagem em resolução total exigiria mais de 16.000 ecrãs de televisão 4K, disse Carole Mundell.
O vasto número de galáxias foi captado durante um estudo de duas semanas, entre março e abril, e representa apenas 1% do mapa final.
Como detalha a New Scientist, a ampliação da imagem revela galáxias em turbilhão que interagem a centenas de milhões de anos-luz de distância, algumas com um buraco negro supermaciço no seu centro que pode produzir ondas gravitacionais mensuráveis na Terra.
Durante os próximos seis anos e a 1,5 milhões de quilómetros de distância da Terra, o telescópio irá analisar autonomamente cerca de um terço do céu noturno.
Os investigadores preveem que o mapa final mostrará cerca de 8 mil milhões de galáxias, cada uma com milhares de milhões de estrelas, que se estendem por 10 mil milhões de anos de história cósmica.
Carole Mundell explicou que o grande objetivo deste projeto de mapeamento é “testar as leis fundamentais da física às escalas extremas do cosmos” – o que virá contribuir para a nossa compreensão do papel que a matéria escura e a energia escura desempenham na estrutura do Universo.
Estima-se que a matéria e a energia escuras compõem 95% do Universo que está por desvendar.
Portugal em destaque
O telescópio Euclid da ESA leva tecnologia portuguesa a bordo, com diversos componentes produzidos por empresas nacionais.
Como escreve o Jornal de Notícias (JN), pela primeira vez, Portugal ocupa um lugar de destaque numa missão espacial da ESA , por ter feito parte de um consórcio criado para desenvolver, construir e explorar um telescópio espacial.