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Predador mais antigo do que os dinossauros tinha uma cabeça invulgarmente grande

(dr) Mark Witton

Impressão artística de um Garjainia prima

O crânio fossilizado, com 248 milhões de anos, de um enorme predador com uma cabeça invulgarmente grande foi novamente examinado por cientistas.

Os Erythrosuchidae, também chamados “crocodilos vermelhos”, foram criaturas que viveram logo depois da extinção do Permiano-Triássico, há 252 milhões de anos, o pior evento de extinção em massa da História do planeta Terra.

Este animal podia ter entre três a cinco metros de comprimento e acredita-se que era um superpredador (ou predador alfa). O género mais antigo desta família é o Garjainia, que apareceu no início do Triássico, período que se estende desde cerca de 252 a 247 milhões de anos.

Segundo a Newsweek, foram encontradas duas espécies deste género na África do Sul e na Rússia — Garjainia prima e Vjushkovia triplicostata. O primeiro foi bastante bem estudado, mas o V. triplicostata não, por isso, cientistas decidiram reexaminar o seu crânio fossilizado.

No estudo publicado na Royal Society Open Science, Richard Butler, da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, e a restante equipa mostram que, embora sejam consideradas duas espécies distintas, ambas são, na verdade, a mesma espécie.

Os investigadores também determinaram que, relativamente ao tamanho total do corpo, estes Erythrosuchidae tinham algumas das maiores cabeças de todos os répteis — cerca de um quarto do comprimento total.

“Não sabemos ao certo porque é que isso aconteceu, mas supomos que possa estar relacionado com o seu papel de principais predadores em vários ecossistemas Triássicos: ter uma cabeça grande e poderosa, assim como uma mordida, seria provavelmente útil ao capturar presas”, disse o cientista à revista.

Não se sabe, porém, como é que estas cabeças enormes afetariam os seus movimentos. “São animais bizarros, mas muita da sua biologia ainda não foi estudada. Provavelmente tinham músculos no pescoço muito poderosos para suportar uma cabeça tão grande, mas ainda não existem estudos detalhados sobre isso”.

“Estamos agora a trabalhar no resto do esqueleto (o esqueleto pós-crânio), com o objetivo de entender a sua anatomia e reconstruir os músculos. A longo prazo, gostaríamos de entender mais sobre a biologia destes animais estranhos, usando abordagens como modelagem computacional para entender como funcionavam os crânios”.

ZAP //

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