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Preço do petróleo atinge máximos de sete anos. Bolsas caem após crise da Ucrânia

Europa é o principal cliente do petróleo e do gás natural da Rússia. Economia alemã melhora expectativas com alívio da covid-19. Gás natural dispara 7%.

As bolsas asiáticas fecharam no vermelho, as europeias abriram a cair, os preços da energia sobem em flecha e investidores procuram refúgio no ouro ou títulos do tesouro, depois das notícias vindas da Ucrânia na segunda-feira à noite.

Segundo o Público, o confronto entre governo russo e governos do Ocidente continua a escalar e o mesmo acontece com os preços do petróleo, que atingiram um valor máximo dos últimos sete anos.

Segundo agências internacionais, nesta terça-feira, o preço do barril de crude (Brent), no mercado de futuros, já subiu 2,4% nesta manhã, para 97,66 dólares.

O receio de problemas na exportação de energia a partir da Rússia, com eventuais sanções económicas por parte do Ocidente no horizonte, estará associado a este movimento de preços.

Ainda na energia, o gás natural para entrega no próximo mês na Europa viu o preço subir 7%, para 78,50 euros por MWh.

A Europa é o principal cliente do petróleo e do gás natural russo, sendo por isso a principal fonte de receita para Moscovo.

Se a subida da inflação já tinha posto em cima da mesa uma antecipação da subida das taxas de juro por parte do Banco Central Europeu, a pressão contínua sobre os preços do gás e do petróleo acrescentam ainda mais volatilidade.

Nem tudo são más notícias nesta manhã. Na Alemanha, as expectativas dos empresários da maior economia europeia são as melhores desde o verão de 2021, apesar da crise ucraniana ser reconhecidamente apontada como um fator de risco.

De acordo com o índice mensal que mede a confiança dos empresários alemães, o sentimento “melhorou consideravelmente” em fevereiro.

O índice medido pelo instituto bávaro Ifo (instituto de pesquisa económica em Munique) regista uma subida de 96 pontos em janeiro para 98.9 em fevereiro.

Segundo o instituto, esta melhoria fez-se sentir tanto no setor industrial como nos serviços e na construção e comércio.

Deve-se à perceção alemã de que a crise do coronavírus terá aliviado depois de se ter ultrapassado o pico de infeções pela variante Ómicron.

No mercado monetário, o cenário para já é de maior acalmia, mas o rublo caiu para mínimos em 15 meses, para 80 rublos por dólar.

O índice bolsista russo Moex já tinha caído 10,5% na sessão anterior e mantém a tendência, caindo mais 9%. É a maior quebra desde 2014, quando a Rússia anexou a Crimeia.

As bolsas asiáticas preparavam-se para o pior dia do mês, depois de o Presidente russo, Vladimir Putin ter anunciado que reconhecia duas províncias separatistas na Ucrânia e que ordenara o envio de “forças de paz” para as autoproclamadas repúblicas Donetsk e Lugansk.

O índice de Hong Kong caiu mais de 3%. O de Tóquio escorregou 1,7% e na China houve uma quebra de 1,3%. Coreia do Sul também estava em terreno negativo. Em Wall Street, a segunda-feira já tinha fechado nessa tónica.

Antevia-se por isso uma manhã no vermelho quando a Europa despertasse e assim acontece. O Stoxx 600 perdia 0,89% às 9h, tendo Lisboa alinhado na mesma tendência das suas congéneres europeias.

No arranque do dia, o índice principal da bolsa portuguesa chegou a desvalorizar 2,26%, estando a cair 0,36% para 5473,56, cerca das 9h.

A ameaça de guerra no leste da Europa leva investidores a procurar alternativas menos voláteis do que o mercado das ações.

Os títulos do Tesouro nos EUA subiram, empurrando o rendimento a dez anos abaixo de 1,90%. O preço do ouro, por seu lado, tem estado a oscilar.

ZAP //

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