Invasão de formigas-brancas está a destruir património religioso. “Nunca encontrei os órgãos assim na Madeira”,confessa o fabricante dos mesmos. Persistência do calor pode estar na origem do problema.
E mais uma praga invade o país. Desta vez, são “larvas de formigas-brancas” — mais conhecidas como térmitas — e o alvo não são pessoas, mas sim os órgãos da Igreja.
O alerta foi dado à Antena 1 pelo fabricante Dinarte Machado, responsável pela manutenção e recuperação dos órgãos históricos da região e pela construção dos novos nas Igrejas do colégio e da Sé, que expressa grande preocupação pelo património da Igreja.
“Estou muito preocupado, inclusivamente doente, por causa da doença dos órgãos”, disse, explicando que “este ano há uma infestação viva e presente” de “larva de formiga-branca”, “com uma intensidade que caminha para a destruição de vários órgãos”.
“Nunca encontrei os órgãos assim na Madeira”,confessa o fabricante, que diz estar em diálogo com uma equipa especializada para recorrer ao tratamento.
O secretário regional do Turismo reconhece o problema e afirma que o levantamento está feito e garante que serão tomadas medidas, com verbas a incluir no orçamento para 2024.
Calor pode ser o culpado
O agravar da situação pode estar relacionado com a persistência de temperaturas elevadas em consequência das alterações climáticas — um problema que já afeta o novo órgão da Sé que “está parcialmente infetado”.
Estes insetos vivem em colónias que podem variar desde algumas dezenas até milhões de indivíduos. São principalmente conhecidas pela sua capacidade de degradar madeira, celulose e outros materiais ricos em carbono, o que as torna, por vezes, numa praga em ambientes urbanos.
São detetadas muitas vezes apenas quando os danos já são consideráveis, dado que a sua atividade é frequentemente oculta, e podem causar sérios prejuízos em estruturas de madeira, como casas e móveis.
A colónia é geralmente composta por uma rainha, um rei, soldados, operárias e ninfas. A rainha é o único membro da colónia capaz de reprodução e pode viver por muitos anos.