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Cientista britânico afirma que é possível viver até aos mil anos (e explica porquê)

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mg315 / Flickr

Aubrey de Grey

Um investigador britânico, que estuda medicina regenerativa, acredita que a nova biotecnologia permitirá que pessoas que estão vivas hoje cheguem aos mil anos de idade.

Aubrey De Grey é apenas um de muitos em Silicon Valley determinados a expandir o tempo de vida quanto tecnologicamente possível. A verdade é que o grupo de investigadores obcecados em evitar a morte está a crescer e a gerar cada vez mais controvérsia.

“Acho extraordinário que seja uma reivindicação tão incendiária“, disse De Grey, em entrevista à The Week. O investigador britânico, de 55 anos, acredita que a ideia de se celebrar o milionésimo aniversário não é assim tão longínqua.

Para o investigador, a ideia é, até, bastante simples: uma vacina com todas as terapias que nos podem ajudar a reparar os danos que se acumulam no nosso organismo à medida que envelhecemos. Este é, pelo menos, o objetivo do trabalho de investigação SENS (Strategies for Engineered Negligible Senescence), da qual é diretor científico.

Acabar com as doenças relacionadas com o envelhecimento e aposta na medicina regenerativa para reparar os estragos acumulados no organismo é o caminho. “O nosso objetivo é ajudar a criar a indústria que vai curar as doenças do envelhecimento“, lê-se na página da SENS.

De Grey simplifica e explica que o corpo humano é como um automóvel: também enferruja e tem problemas causados pelo uso, mas com uma boa manutenção pode durar mais de 100 anos. Para o cientista, a oficina é a fundação, onde os danos a corrigir são divididos em sete categorias.

Para cada uma dessas categorias, o especialista propõe um tipo de terapia: com células estaminais, terapia genética ou introduzindo novas enzimas no organismo.

Contudo, esta ideia faz torcer o nariz de muitos e, por esse motivo, o cientista é alvo de várias críticas. Segundo o Observador, Aubrey de Grey nunca fez investigação de bancada e é criticado pelos que dizem que não se pode extrapolar os resultados em ratos para aquilo que pode acontecer em humanos, por exemplo.

Apesar de ter muitos dedos apontados para si mesmo, o investigador admite, em entrevista ao diário, que “o primeiro passo será darmos às pessoas mais 20 ou 30 anos de vida [do que têm em média hoje em dia] – e acredito que essa possibilidade está a menos de 20 anos de distância“.

“Mais uma vez, estou apenas a dizer isto como 50% de hipótese, pode ser mais tarde. Mas, pelo menos, temos 50% de hipótese de chegar a esse ponto em 20 ou 30 anos”, salvaguarda de Grey.

Sete danos e sete formas de os corrigir

Segundo o cientista, a primeira categoria é a perda de células, que significa que as células morrem e não são repostas automaticamente pela divisão de outras células. Neste caso, a solução passa por colocar células estaminais no corpo, “depois de as programarmos no estadio correto, de forma a que saibam o que fazer: dividir-se e transformar-se em células que vão ocupar os lugares daquelas que o organismo não está a substituir por si”.

Outra categoria é o excesso de células causado quer pelo cancro, quer por células que não morrem quando deviam fazê-lo. Neste âmbito, “temos de matar essas células e isso é uma das coisas em que estamos a trabalhar.”

Depois existem as questões moleculares, do que acontece dentro das células – o cientista acredita que as mutações dentro do ADN das mitocondrias se acumulam ao longo do tempo e contribuem para o envelhecimento. Para resolver o problema, “estamos a tornar o ADN mitocondrial desnecessário”.

Há ainda os produtos residuais, resultantes da atividade das células. A degeneração macular da retina, por exemplo, acontece devido à acumulação de um derivado da vitamina A. A solução passa, segundo Aubrey de Grey, é ” fazer com que as células consigam destruir o composto, dando-lhes uma enzima que lhes permita fazer isto”.

Podemos também ter resíduos no espaço extracelular, entre as células, “mas isso é diferente, porque a maquinaria que temos para tratar os resíduos no espaço extracelular é muito mais primitiva do que no espaço intracelular, portanto tudo o que precisamos de fazer é estimular o sistema imunitário, ou seja, vacinar contra esses produtos”.

Por último, a ligação cruzada. O grande motivo por que temos tensão alta quando envelhecemos é que as paredes das artérias principais se tornam menos elásticas. Mas, para resolver esta questão, o cientista adianta que foram desenvolvidos métodos para restaurar essa elasticidade.

Para todas as categorias há um projeto em curso. E, segundo Aubrey de Grey, “estão todos a correr bem”.

LM, ZAP //

13 Comments

  1. Há 100 anos a esperança média de vida era menos de metade do que é actualmente… A SIDA e o cancro eram sentenças de morte… Porque não aceitar que no futuro a vida possa durar alguns séculos?

    • pelo simples facto de: embora a esperança média de vida tenha aumentado, os cientistas ainda não descobriram tudo, no caso, efeitos secundários ao proposto e em que medida iriamos beneficiar ou prejudicar a evolução natural das coisas…

      Visto isto, e tendo em conta que os cientistas querem arranjar cura para “todas as doenças já conhecidas”, mas as farmaceuticas querem continuar a enriquecer ha conta do individuo desesperado em sobreviver mas que irá morrer pois a medicação é apenas para aliviar a “dor” sentida e não curar totalmente.

      Existe muito negocio por trás da vida e da morte, viver 1000 anos (se possivel, imaginemos) então daqui a 500 anos o total de habitantes do planeta quase iria ser 7 mil milhões X 400 (tirando os 100 da espectativa media de vida atual), é so fazer contas, temos mesmo de morrer embora possamos prolongar a vida por mais uns 20/30 concordo, mas 1000, exagero pegado.

      Se olhando para um idoso de 100 temos pena, ver aquilo tudo enrugado, surdez, alzheimer e etc etc, imaginem isso aos 1000. inimaginavel sequer.

  2. Com certeza os cientistas tem sonhos e objectivos veridicos, mas os negativos e fanaticos religiosos juntamente c os traidores e covardes tentam deitar tudo abaixo pois sao idiotas e criminosos. Exemplo sao os inumeros inventores de motores a vapor de agua , hidrojenio e varios sistemas de custo quaze zero q tem quase todos sido assassinados e mortos em extremas situacoes enexplicaveis. Servicos secretos; monopolios farmaceuticos; servicos fiscais; mafias de religioes, todos esses matam c metodos sofisticados os inventores e verdadeiros q lhe poem em causa a sua ganancia e poder.
    As plantas medicinais q tem sido erradicadas p proteger as farmaceuticas; a informacao falsa p manter os poderosos; as doencas e virus feitos em laboratorios c fins maliciosos.
    Todo o mundo sabe mas e bloqueado e censurado .

  3. Não posso concordar com tudo o que refere. Acha, por exemplo, que daqui a 500 anos todos os humanos vão habitar apenas a Terra? Basta olhar para o que a Humanidade progrediu nos últimos 500 anos.
    Quanto aos aspectos que refere dos interesses em torno da morte, há argumentos dos quais partilho.

  4. O que progrediu foi políticos que nos estão a levar á falência para pagarem as suas reformas vitalícias em cada mandato, isso ninguém vê.

  5. Isso iria ser um problema gravíssimo pois daqui a mil anos possivelmente o nosso planeta já estará defunto, basta olhar à velocidade da sua decadência que muitos se recusam ver.

  6. Para se entender a escassa verosimilhança de por via dos avanços na medicina actual e num futuro próximo os seres humanos atingirem idades multi-centenárias é necessário distinguir dois conceitos muito diferentes:
    A esperança média de vida – número de anos que em média é espectável que se viva, a qual tem vindo a aumentar, tal como a idade em que em média os seres humanos efectivamente morrem. Tratando-se de uma média, desde que se evitem as mortes prematuras, sem grande esforço podemos compreender o porquê do seu aumento e o que fazer para que continue a aumentar. Melhores cuidados de higiene e saúde, saneamento, suprimento alimentar adequado certamente deram o seu contributo e a sua generalização aos mais desfavorecidos, o combate às guerras e a desigualdades extremas certamente permitiria cumprir o objectivo de manter essa tendência!

    E, coisa bem diferente, a esperança de vida máxima dos seres humanos que, aparte relatos bíblicos ou míticos, se tem mantido relativamente inalterada desde tempos imemoriais e em geral ronda os 120 anos!

    Aqui reside toda a diferença fazer aumentar a média depende de evitar a morte prematura por todos os meios que permitam manter a vida e salvaguardar a saúde: pela higiene-evitando a doença, pela terapêutica-tratando-a, pela segurança-evitando as ameaças à vida. Isto permite que mais pessoas atinjam idades mais avançadas e mais próximas da idade máxima que os seres humanos geralmente atingem e sobe a média. Já fazer aumentar a idade máxima que em geral os humanos atingem é algo bem diferente para o qual nenhum meio, até hoje, se revelou eficaz.

    Daí que promessas de idades multi-centenárias para os seres humanos sejam uma miragem longínqua dependente de descobertas muito além das perspectivas presentes. Mas quem sabe um dia …
    Pena é que não se faça por aumentar a esperança média de vida que em tantas regiões do globo é ainda tão escassa e que, isso sim, todos bem sabemos como se pode fazer – só falta a vontade!

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