Os portugueses surgem na metade cimeira da tabela. A pandemia fez com que os preços da habitação disparassem ainda mais do que o previsto.
Entre o final de 2019 e o final de 2021, em média os preços das casas subiram 13% nos países da OCDE. Mas a subida galopante dos preços não foi acompanhada por uma subida de rendimentos — e uma família portuguesa com salários médios precisa de o poupar durante 11,4 anos para comprar uma casa com 100 metros quadrados.
Este valor praticamente não mudou em relação a 2000, quando um agregado familiar precisava de 11,3 anos de salários com comprar uma casa. Portugal está acima do meio da tabela, tendo os portugueses de poupar mais do que os americanos (que precisam de 4,1 anos de salários para comprar uma casa), os noruegueses (7,8 anos), britânicos (11 anos) ou Suécia (11,2 anos).
À frente de Portugal, estão a Hungria, Áustria, Suíça, França, Países Baixos, Grécia, Austrália, Luxemburgo, Irlanda, Coreia do Sul ou Nova Zelândia, nota o ECO. As subidas dos preços afetam mais as famílias mais pobres e mais jovens e as casas tornaram-se mais caras do que o ritmo da inflação, mesmo com os juros negativos que se verificaram nos últimos anos.
O peso médio das despesas da habitação nos bolsos das famílias aumentou em toda a OCDE entre 2005 e 2015. A subida dos preços das casas foram aumentado ao longo do último século, especialmente desde meados da década de 1990, tendo apenas sido interrompida durante a grande crise financeira.
A pandemia fez com que os preços das casas disparassem ainda mais, com 11 países da OCDE a registarem aumentos acima dos 15%. “O crescimento dos preços das casas ficou acima da tendência pré-pandemia em quase todos os países, o que indica que os preços estão agora mais altos do que provavelmente estariam se a pandemia não tivesse ocorrido“, remata o estudo.