Vítimas são uma mulher e duas crianças. ONU tentou pausas humanitárias, Israel rejeita resolução e ordena retirada de civis.
Três português morreram num bombardeamento no sul da Faixa de Gaza, enclave onde decorre uma guerra entre as forças israelitas e o movimento islamita palestiniano Hamas desde o início de outubro, adiantou o Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Estes três portugueses, assim como dois palestinianos que morreram no mesmo bombardeamento, aguardavam a retirada por indicação de Portugal, referiu a diplomacia portuguesa em comunicado, lamentando as mortes.
Mais tarde, o ministro dos Negócios Estrangeiros lamentou a morte destas cinco pessoas, “três cidadãos nacionais e dois familiares, fruto de um bombardeamento”.
João Gomes Cravinho disse aos jornalistas que morreram “uma adulta e duas crianças” de nacionalidade portuguesa: “Aquilo que aconteceu esta tarde com a morte de três cidadãos nacionais e dois familiares diretos desses cidadãos é mais uma prova de que este não é o caminho certo. Nós precisamos de parar agora estes bombardeamentos”.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) revelou ainda, na mesma nota, que as autoridades egípcias, em articulação com as autoridades israelitas, autorizaram a saída de Gaza para 10 cidadãos sinalizados por Portugal para a retirada daquele território — dois dos quais luso-palestinianos.
“A saída deverá decorrer, sob coordenação das autoridades locais, através da passagem de Rafah, nas próximas horas, a qual estará aberta para a retirada de cidadãos estrangeiros de Gaza para o Egito”, destacou o MNE.
“As Embaixadas de Portugal no Cairo e em Telavive, bem como a representação diplomática de Portugal em Ramallah e o Gabinete de Emergência Consular em Lisboa, estão em contacto com este grupo de cidadãos, bem como com as respetivas autoridades locais para concretizar a saída em segurança”, garantiu ainda.
“O repatriamento dos cidadãos deste grupo que venham a sair, amanhã [quinta-feira] e em dias seguintes, a partir do Egito ficará a cargo do Estado Português, estando assegurados alojamento e transporte para território nacional”, acrescentou.
Israel não quer pausas
O embaixador de Israel na ONU rejeitou na quinta-feira a resolução aprovada pelo Conselho de Segurança que apela a pausas e corredores humanitários urgentes e alargados em Gaza, argumentando que a medida “está desligada da realidade e sem significado“.
“Independentemente do que o Conselho decida, Israel continuará a agir de acordo com a lei internacional, enquanto os terroristas do hamas nem sequer lerão a resolução, muito menos a cumprirão”, escreveu Gilad Erdan na plataforma X (antigo Twitter).
De acordo com o diplomata, Israel “continuará a agir até que o hamas seja destruído e os reféns sejam devolvidos”.
“É lamentável que o Conselho continue a ignorar, a não condenar, ou mesmo a mencionar, o massacre levado a cabo pelo hamas em 7 de outubro, que conduziu à guerra em Gaza. É realmente vergonhoso”, acrescentou Erdan.
A estratégia do hamas, de acordo com o embaixador de Israel, consiste “em deteriorar deliberadamente a situação humanitária na Faixa de Gaza e aumentar o número de vítimas palestinianas, a fim de motivar a ONU e o Conselho de Segurança a travar Israel”, mas “isso não vai acontecer”, assegurou.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou hoje uma resolução que “apela a pausas e corredores humanitários extensos e urgentes durante um número suficiente de dias” para permitir a entrega de ajuda humanitária aos civis em Gaza.
A resolução, da autoria de Malta, recebeu 12 votos a favor e três abstenções: Estados Unidos, Reino Unido e Rússia.
Os Estados Unidos e o Reino Unido justificaram a sua abstenção com o facto de a resolução não condenar claramente os ataques terroristas do hamas.
Primeira retirada no sul
O Exército israelita ordenou hoje a retirada de comunidades do sul de Gaza, pela primeira vez desde o início da guerra com o Hamas, após forçar a deslocação de 1,1 milhões de pessoas de norte para sul do enclave.
“Para sua segurança, deve evacuar rapidamente o seu local de residência e dirigir-se a refúgios conhecidos”, indicou o Exército em panfletos lançados pelo ar e dirigidos às comunidades situadas no leste do município de Khan Younis: Al Qarara, Khuzaa, Bani Suheila e Abasan, no sul do enclave.
“As ações do Hamas e das organizações terroristas obrigam as Forças de Defesa de Israel (FDI) a atuar contra eles nas suas zonas de residência. As FDI não estão interessadas em provocar danos a si ou às suas famílias”, assinalam os panfletos, segundo confirmaram à agência noticiosa Efe vários residentes locais.
Em 13 de outubro, uma semana após o início do atual conflito, o Exército judaico ordenou a retirada em direção a sul de 1,1 milhões de pessoas que viviam na parte norte da Faixa de Gaza — metade da sua população –, antes de iniciar por esse flanco a incursão terrestre que o conduziu à cidade de Gaza e ao posterior avanço para o centro do enclave.
Esta deslocação forçada, o maior êxodo da população palestiniana desde a Nakba (1947-1948), implica que quase dois milhões de pessoas estejam atualmente a sul de Wadi Gaza, um rio situado no centro do território.
Agora, o Exército israelita exige a retirada as populações que estavam fixadas a sul deste rio.
ZAP // Lusa
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Onde anda a Nato?
Estes inocentes que o eterno aliado dos EUA mata todos os dias há vários anos não são importantes para a Nato?
Grande hipocrisia.
Ao menos sabes como funciona a Nato? Parece que não. Pareces os russos a falar na Nato.
Os judeus zionistas passaram de oprimidos a opressores e querem é expulsar os palestinos das suas terras, visto nunca terem respeitado os acordos para os 2 estados.
A palestina é uma verdadeira prisão criada pelos judeus zionistas.
O que é imperdoável para além da morte de três inocentes por bombardeamento de Israel é a posição do nosso governo que diz lamentamos as mortes, e nem um palavra de condenação a Israel que continuam a matar inocentes. Deveria chamar o embaixador dae Israel e expulsa-lo de Portugal. O nosso governo como outros governos europeus não passam de covardes.
Lamentou, coitado! Atitude de Homem (com H grande) era chamar o embaixador de Israel e pô-lo na porta da rua de malas aviadas. Parece que ninguém tem coragem de enfrentar aqueles sujeitos. Talvez haja em relação aos judeus um sentimento de culpa generalizado na Europa, mas já é tempo de deixarem de olhar para trás.
E o que raio estavam a fazer na Faixa de Gaza?
Podes crer grande hiprocrisia que os judeus tem, afinal estão a fazer o memso que lhes fizeram, e depois fazem-se de vitimas,
Quanta estupidez se lê nestes comentários… defensores de terroristas. O único comentador aqui com cabeça é a Clara.