Portugal foi pioneiro a ter indicações, contentores e bandeiras a pensar em banhistas daltónicos. 130 praias já aderiram ao “ColorADD”.
O código ColorADD é uma linguagem universal e inclusiva, baseada em símbolos gráficos, desenvolvido com base nas três cores primárias (amarelo, azul/ciano e vermelho/magenta), que permite aos daltónicos identificar todas as cores.
Na praia, há pessoas com daltonismo (e outras complicações oftalmológicas) que nem sempre são capazes de distinguir a bandeira verde e a vermelha, o que as impossibilita de saber quando podem ou não tomar banho no mar.
Mas, em 130 praias portuguesas, os daltónicos já se sentem seguros em ir à água, uma vez que o alfabeto de cores ColorADD foi implementado e há agora bandeiras para banhistas daltónicos.
Em 2017, numa entrevista ao Diário de Notícias, Miguel Neiva, o criador do ColorADD, revelou o que o inspirou a introduzir o sistema nas praias. “Quando fiz a investigação para o mestrado, um israelita daltónico disse-me que não tomava banho no mar porque não conseguia ver a cor da bandeira. Assim já pode”.
“É algo inovador e pioneiro, que nasceu em Portugal e foi levado para todo o Mundo”, enalteceu Miguel Neiva, esta quarta-feira, à RTP, a propósito da implementação deste alfabeto nas praias de Vila Nova de Gaia.
O ColorADD, que ajuda banhistas daltónicos, foi inaugurado em doze praias de Torres Vedras, em 2016.
A ColorADD.Social dedica-se à promoção da integração social de pessoas com dificuldade na identificação de cores, em particular as portadoras de daltonismo.
A ideia foi concebida pelo designer Miguel Neiva já em 2000, mas só em 2008 veio a concluir o projeto de investigação dedicado a este código de identificação de cores.
O código é – como já referido – baseado nas três cores primárias, representadas através de símbolos gráficos. Mediante o conceito de adição de cores, torna-se bastante fácil relacionar os símbolos respetivos e, desta forma, identificar toda a paleta de cores. O branco e o preto surgem apenas para orientar as cores para as tonalidades claras e escuras.
Estima-se que 10% dos homens são daltónicos, enquanto o daltonismo afeta apenas 0,5% das mulheres, em todo o mundo.
