Dos 13 futebolistas que alinharam pelo Luxemburgo contra a Irlanda, apenas três não têm ligações com outros países. Um dos internacionais nasceu em Portugal.
Um chama-se Martins, outro é Mahmutovic, outro é Pereira. Há também um Barreiro e um Rodrigues, entre outros. Todos são internacionais pelo Luxemburgo.
O conjunto luxemburguês, que surpreendeu muita gente no sábado passado quando foi a Dublin vencer a República da Irlanda por 1-0, é o próximo adversário de Portugal no Grupo A de qualificação europeia para o Mundial 2022.
A seleção nacional de futebol do Luxemburgo é uma espécie de multinacional. Basta olhar precisamente para o 11 inicial escolhido contra a Irlanda (que pode ser igual ao que vai defrontar os campeões europeus) e verificamos que apenas três jogadores não têm ligação direta com outros países.
Os “resistentes” locais são o lateral Laurent Jans, que já acumula mais de 70 jogos pelo seu país natal, e os irmãos Thill, ambos médios: Olivier e Vincent – este último, o mais novo, joga pelo Nacional.
Metade dos internacionais pelo Luxemburgo não nasceu no Luxemburgo: o guarda-redes Anthony Moris nasceu na Bélgica; na defesa, Maxime Chanot nasceu em França e Enes Mahmutovic na Jugoslávia; o avançado Danel Sinani também nasceu na Jugoslávia e Gerson Rodrigues nasceu…em Portugal, em Almada.
Contra a República da Irlanda, do banco de suplentes saltou ainda Maurice Deville, que nasceu na Alemanha.
Quatro jogadores são naturais do Luxemburgo mas têm ligações familiares diretas com outros países. Com os países lusófonos a ganharem importância.
Marvin Martins Santos da Graça e Christopher Martins Pereira nasceram no Luxemburgo mas os pais de ambos são de Cabo Verde (há uma numerosa comunidade cabo-verdiana no Luxemburgo). Marvin Martins joga no Casa Pia.
Curiosamente, Christopher Pereira foi convocado para a seleção de Luxemburgo em 2013 e recusou porque ainda não tinha escolhido que seleção iria representar. No ano seguinte, acabou por aceitar jogar pelo Luxemburgo.
Leandro Barreiro Martins é natural do Luxemburgo com ascendência angolana. Lars Gerson tem ligações familiares com a Noruega.
Referência para Mica Pinto, que nasceu no Luxemburgo mas foi formado no Sporting e representou Portugal no Mundial sub-20 em 2013, entre outros jogos pelas seleções jovens portuguesas. Mica estreou-se pela seleção A do Luxemburgo no ano passado; esteve no banco de suplentes neste sábado, em Dublin.
Casos da seleção portuguesa
A seleção de Portugal também conta com vários futebolistas de outros países. A percentagem não é semelhante à do Luxemburgo mas já foi maior, há pouco tempo.
Basta recordar o Europeu de 2016, onde jogaram Cédric (nasceu na Alemanha), Pepe (Brasil), Raphaël Guerreiro (França), William Carvalho (Angola), Danilo (Guiné-Bissau) e Nani (Cabo-Verde) – todos titulares na final contra a França, ou seja, mais de metade do 11 inicial de Portugal nasceu noutros países. Tal como Anthony Lopes, Danilo e…Éder.
No último jogo, na Sérvia, jogaram Anthony Lopes, Cédric e Danilo, os únicos dos 23 convocados que nasceram fora de Portugal.