Portugal entra em Maio numa nova fase da sua história

Walter Branco / portugal.gov.pt

Pedro Passos Coelho

Pedro Passos Coelho

Portugal entra em maio, com a conclusão do programa de assistência externa, numa “nova fase” da sua história depois de um “longo e difícil caminho” em que “o pior está para trás”, afirmou hoje, em Madrid, Pedro Passos Coelho.

Agora, disse o primeiro-ministro português, é vital investir numa maior solidariedade entre os estados-membros e em alcançar uma maior responsabilidade nacional através de um “grande compromisso” com a oposição e os parceiros sociais.

“Com a credibilidade de um país que está à beira de cumprir plenamente os requisitos do programa de ajustamento, dizemos que uma maior unidade, uma maior solidariedade, uma maior responsabilidade é o caminho a seguir”, declarou passos Coelho, sublinhando: “Precisamos alcançar um equilíbrio sério, exigente, entre uma maior unidade e uma firme responsabilidade”.

Para Passos Coelho, “um grande compromisso nacional seria rapidamente recompensado com maior confiança interna e externa nos esforços nacionais de reforma”, ajudaria aumentar o investimento produtivo e traria “mais estabilidade à dívida pública”.

“O meu país já percorreu um longo caminho. Tem sido uma jornada muito difícil, que começou em 2011, mas agora virou a esquina. Ainda temos problemas complexos para resolver, mas, como a Europa em geral, podemos dizer que o pior está atrás de nós”, vincou.

Pedro Passos Coelho falava hoje em Madrid no segundo e último dia de uma conferência organizada pelo Berggruen Institute on Governance (BIG) e em que estão em debate europeus.

Solidariedade europeia

Dirigindo-se aos parceiros europeus, o primeiro-ministro defendeu que a solidariedade europeia “deve ser baseada no sentido mais profundo de comunhão decorrente de responsabilidades e interesses comums”, reconhecendo os benefícios da integração europeia e distribuindo-os com justiça.

“Eu não quero dizer que alguns Estados-membros têm a obrigação de apoiar indefinidamente a persistente falta de disciplina fiscal dos outros. Isso não seria justo. O que eu quero afirmar é a solidariedade entre os cidadãos europeus e não apenas entre os Estados-membros. Esta maior solidariedade é necessária para se procurar evitar os riscos de enfraquecimento da coesão europeia e nos Estados”, declarou.

A nível nacional, Passos Coelho insistiu que a nova fase, que começa em maio, “não vai significar um retorno à indisciplina fiscal, à perda de competitividade, à acumulação da dívida ou à estagnação económica” .

“Mais do que ninguém, hoje, na Europa, os portugueses sabem muito bem o preço que pagamos pela irresponsabilidade e falta de visão nas escolhas políticas. Nós dizemos ‘não’ à irresponsabilidade”, afirmou.

O primeiro-ministro português reiterou apelos aos parceiros sociais e ao principal partido da oposição (PS) para que se encontre “um terreno comum” na procura de “convergência de algumas questões estruturais”.

/Lusa

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