Portugal emitiu dívida com os juros mais baixos de sempre

Paulo Fehlauer / Flickr

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Portugal colocou esta quarta-feira 1.750 milhões de euros, montante acima do máximo anunciado, em Bilhetes do Tesouro a seis e 12 meses a taxas de juro negativas e inferiores às dos anteriores leilões comparáveis.

Segundo a página da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) na Bloomberg, a 12 meses foram colocados 1.400 milhões de euros em Bilhetes do Tesouro (BT) à taxa de juro de -0,047%, de novo negativa e inferior à registada em 16 de novembro de 2015, quando foram colocados 1.250 milhões de euros a uma taxa positiva de 0,005%.

A taxa de juro dos BT a 12 meses já tinha sido negativa, designadamente em 21 de setembro de 2015, quando foram colocados 1.750 milhões de euros a -0,014%.

A seis meses, foram colocados 350 milhões de euros em BT à taxa de -0,091%, mais negativa do que a verificada também em 16 de novembro, quando foram colocados 250 milhões de euros a um juro de -0,027%.

A procura atingiu 2.167 milhões de euros para os BT a 12 meses, 1,55 vezes superior ao montante colocado, e 1.235 milhões de euros para os BT a seis meses, 3,53 vezes o montante colocado.

O IGCP tinha anunciado para ontem dois leilões de BT a seis e 12 meses entre 1.250 milhões de euros e o montante máximo de 1.500 milhões de euros com maturidades em 21 de julho de 2017 e em 19 de janeiro de 2019, respetivamente.

A emissão acabou por aumentar, aproveitando o facto de as taxas de juro exigidas pelos investidores para comprar dívida portuguesa de curto prazo terem sido as mais baixas de sempre.

No programa de financiamento do Estado para 2017, a agência que gere a dívida pública portuguesa afirma que espera que o financiamento líquido resultante da emissão de BT tenha “um impacto nulo” e adianta que “será mantida a estratégia de emissão ao longo de toda a curva, combinando prazos curtos com prazos longos“.

Ao longo de 2017, o IGCP pretende também emitir entre 14 a 16 mil milhões de euros em Obrigações do Tesouro, através de emissões mensais.

Em termos líquidos, a República portuguesa precisa de um financiamento de 12,5 mil milhões de euros para este ano, num valor que inclui 2,7 mil milhões euros de fundos associados à recapitalização da CGD, que já se encontram financiados.

ZAP // Lusa

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