Portugal desperdiça 245 milhões por ano em doenças preveníveis com vacinas

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GOVESP

Uma nova análise recomenda que Portugal aposte mais na vacinação de adultos e que vacinas contra doenças como o vírus sincicial respiratório ou herpes zoster sejam incluídas no Plano Nacional de Vacinação.

Portugal gasta mais de 245 milhões de euros anualmente em doenças que poderiam ser evitadas com vacinação, de acordo com uma análise da Escola Nacional de Saúde Pública no âmbito do projeto +Longevidade, um ‘think tank’ dedicado à vacinação em adultos.

A análise baseou-se em extrapolações de custos de estudos realizados em diversos países da União Europeia, como Itália, Alemanha, França, Bélgica e Espanha. Os investigadores consideraram custos de hospitalização, consultas ambulatórias e perdas de produtividade associadas a doenças como gripe, herpes zoster, vírus sincicial respiratório, doença pneumocócica e vírus do papiloma humano.

Contudo, algumas vacinas para estas doenças não estão incluídas no Programa Nacional de Vacinação (PNV). Especificamente, as vacinas contra o vírus sincicial respiratório, doença pneumocócica e herpes zoster não fazem parte do PNV. Dos 245 milhões de euros gastos anualmente, 55 milhões correspondem a estas doenças, representando cerca de 23% do total, refere o Expresso.

Especialistas do projeto defendem a inclusão dessas vacinas no PNV. “São vacinas recentes, que chegaram ao mercado nos últimos anos. Alguns países já as incluíram nos seus planos de vacinação, outros estão em vias de de fazê-lo. O que recomendamos é que Portugal faça o mesmo”, disse João Diogo, membro do ‘think tank’.

Em comunicado, o grupo de peritos destacou a necessidade de atualizar o PNV, considerando as perspetivas de uma população mais envelhecida e uma sociedade globalizada com maior prevalência de doenças crónicas.

Atualmente, das 12 vacinas no PNV, apenas três são destinadas a adultos: covid-19, tétano e difteria, e tétano, difteria e tosse convulsa. Os especialistas argumentam que a estratégia de vacinação para adultos precisa de ser mais eficaz, devido à perceção errada de que as vacinas são só para as crianças.

ZAP //

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