Augusto Santos Silva avança que os refugiados acolhidos eram prioritários e incluem pessoas que colaboraram com os governos ocidentais, ativistas, jornalistas e mulheres.
Segundo o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Portugal já recebeu cerca de 500 refugiados oriundos do Afeganistão desde a tomada do poder pelos talibãs em Agosto deste ano, depois da saída das tropas da NATO do país.
Em declarações à Renascença, Augusto Santos Silva refere foi dada a prioridade a quem colaborou com as forças internacionais e pessoas em situações vulneráveis e em risco de serem alvos do novo governo talibã.
Este grupo inclui “ativistas de direitos humanos, funcionários da administração afegã, jornalistas, mulheres desportistas, mulheres juristas, mulheres engenheiras”.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros indica também que Portugal vai receber mais afegãos, mas que “por razões de segurança” só pode falar nos casos que já estão concluídos.
As declarações foram feitas à margem da ida de Santos Silva às Nações Unidas, em Nova Iorque, onde vai discursar na homenagem ao falecido antigo Presidente português Jorge Sampaio.
Santos Silva vai defender o alargamento da plataforma liderada por Sampaio que permitia o acolhimento de refugiados através do ensino superior e que já foi replicada em 10 países do Mediterrâneo, depois da União para o Mediterrâneo ter apoiado a iniciativa.
“O que nós queremos é que a comunidade internacional como um todo – portanto, as Nações Unidas como um todo – apoiem aquilo a que nós chamamos esse mecanismo de resposta rápida para situações de emergência e ensino superior”, explica.
A homenagem a Jorge Sampaio decorre esta segunda-feira. A iniciativa partiu da Aliança das Civilizações, de que Sampaio foi o primeiro alto representante. O antigo chefe de Estado português também foi enviado especial da ONU na Luta contra a Tuberculose e foi convidado a ser Alto Representante para o Diálogo das Civilizações.