Porto não levou a sério lanterna vermelha marítima e foi tombado pelos ventos da Praia Estorilista

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Estela Silva / Lusa

Jogadores do Estoril-Praia festejam golo que deu a vitória, por 0-1, frente ao FC Porto

Tempestade Ciarán ou Carné? O Porto bem estava sob aviso vermelho, devido à agitação marítima desta sexta-feira, mas o sopro da “Praia dos Canarinhos” foi melhor do que o sopro do Dragão. O Estoril-Praia venceu o FC Porto por 0-1. Os azuis-e-brancos estiveram sempre por cima no jogo, mas acabaram por sair por baixo, com grande destaque para o guarda-redes dos canarinhos Marcelo Carné que defendeu um penálti.

Sérgio Conceição tinha avisado na antevisão ao jogo inaugural desta 10.ª jornada que a “lanterna vermelha” que os canarinhos segurava era enganadora. E tinha razão.

O Estoril-Praia exibiu-se a um alto nível no palco dos “dragões”, organizados, coesos e letais no contra-ataque – marcaram no único remate enquadrado que fizeram.

Por sua vez o FC Porto escorregou em casa, contabilizou a primeira derrota no seu reduto e perdeu a oportunidade de assumir, ainda que de forma provisória, a liderança.

O golaço de Holsgrove, que silenciou os 30.306 espetadores que estiveram na noite desta sexta-feira no estádio, garantiu a primeira vitória do conjunto da Amoreira fora de portas e ajudou a estancar uma série de sete desaires consecutivos.

Poucos dias depois do “Halloween”, os homens da Linha, orientados por Vasco Seabra, fizeram uma travessura na casa dos vice-campeões nacionais.

Seabra põe “dragões” na linha

Entrada a todo o vapor dos “dragões”, os “canarinhos” conseguiram equilibrar a balança e, na reta final, os anfitriões voltaram a colocar mais uma marcha nas incursões ofensivas.

Logo a abrir, Marcelo Carné defendeu uma grande penalidade batida por Taremi a punir falta de Volnei sobre Eustáquio.

Com Francisco Conceição a deixar Tiago Araújo com os nervos em franja, o FC Porto ia criando diversas situações perigosas, mas não conseguia finalizá-las com acerto.

Paulatinamente, o Estoril conseguiu baixar o ritmo do duelo e, das poucas vezes que se acercou da baliza de Diogo Costa, fê-lo com perigo, aos 22, 36 e 39 minutos, com Guitane a destacar-se.

Já no período de descontos, Jorge Sánchez foi “travado” no mesmo lance por Carné e Pedro Álvaro, respetivamente. Ao todo, a equipa da Invicta construiu cinco ocasiões flagrantes. nos primeiros 48 minutos de jogos.

Carné já era o melhor ao intervalo

O guardião forasteiro já era o melhor ao intervalo, graças às duas defesas que protagonizou num total de seis acções defensivas que lhe asseguraram um GoalPoint Rating de 6.5.

Mais atrevido no reatamento, o Estoril esticou mais o jogo e foi mais afoito em termos atacantes, mantendo, ao mesmo tendo, a solidez a defender.

Os portistas deram um sinal com um remate de Evanilson e apenas voltaram a dar sinais aos 71 minutos.

Neste período os dois treinadores já tinham refrescado os “onze” e quem se deu melhor foram os da Linha.

Guitane voltou a soltar o génio, foi travado por David Carmo – tinha sido assinalada grande penalidade, mas decisão de Tiago Almeida foi alterada após aviso do VAR. Na conversão do livre direto, Jordan Holsgrove assinou um golaço e assegurou a primeira vitória de Vasco Seabra ao leme da equipa nesta edição do campeonato.

No último suspiro, o FC Porto arriscou tudo em busca de pelo menos um golo, mas não logrou fazê-lo e registou o primeiro desaire caseiro, no campeonato, à passagem da 10.ª jornada.

Já o Estoril – o último triunfo diante do opositor desta noite tinha sido em 2013/14, precisamente no Estádio do Dragão e com o mesmo “score” – conquistou três pontos importantes na luta pela sobrevivência.

Melhor em Campo

Grande exibição do experiente guardião Marcelo Carné.

Sempre seguro, foi determinante no sucesso dos “canarinhos” com cinco intervenções, uma das quais a deter uma grande penalidade cobrada por Taremi – ao todo evitou 1,7 golos (defesas – xSaves).

O MVP teve um GoalPoint Rating de 8.0.

Destaques do Porto

Stephen Eustáquio 7.0

Foi a melhor unidade portista graças a dois remates, quatro ações com a bola na área contrária, cinco recuperações de posse e seis ações defensivas.

João Mário 6.6

Adaptado à lateral-esquerda – regressou ao flanco direito nos minutos finais -, protagonizou um remate, dois passes para finalização, cinco cruzamentos – dois eficazes -, seis passes progressivos, ganhou nove duelos e foi eficaz nos cinco dribles que tentou.

Pepe 6.1

Quase chegava ao empate no último remate da noite, carimbou ainda 11 passes progressivos, quatro super progressivos e 107 ações com a bola – máximo na partida.

Pepê 6.0

Responsável por agitar o ataque, nem sempre tomou as melhores decisões, mas esteve num bom nível. Chegou às 59 ações com a bola – quatro das quais na área do Estoril –, foi eficaz nos três dribles tentados e atingiu as sete recuperações de posse.

Alan Varela 6.0

O homem dos equilíbrios criou uma ocasião flagrante de golo, foi 100% eficaz nos sete passes longos que arriscou, ganhou oito duelos, perdeu seis, registou cinco recuperações de posse e 11 perdas.

Francisco Conceição 5.9

Enquanto teve pilhas foi o principal municiador do ataque, assumiu o risco e esteve felino nos lances de um contra um. Perdeu gás na etapa final, ainda assim foi o mais rematador em campo com quatro tentativas, atingiu as sete ações com a bola na área contrária, sofreu quatro faltas, ganhou três cartões, orquestrou sete conduções progressivas, ganhou sete duelos, perdeu nove e foi eficaz em dois dos sete dribles tentados.

David Carmo 5.9

Esteve ligado ao lance que originou o único tento da noite com uma falta sobre Guitane. Ao todo arriscou três remates – uma ocasião flagrante desperdiçada -, sete passes progressivos, recuperou a posse por oito vezes, perdeu-a em dez ocasiões e acumulou oito ações defensivas.

Evanilson 5.9

Muito em foco, acabou por ser perdulário com uma ocasião flagrante desperdiçada nos dois remates que fez.

Taremi 5.0

O iraniano não teve uma noite feliz, pois além da grande penalidade falhada – no único remate da noite – não conseguiu ligar o ataque – seis passes falhados em 23 feitos (eficácia de 74%).

Destaques do Estoril-Praia

Jordan Holsgrove 7.3

Foi um dos esteios dos visitantes e o golo – o segundo na prova – foi a cereja em cima do bolo, numa partida em que registou seis recuperações de posse, sete perdas, oito ações defensivas e uma eficácia de 80% nos passes – cinco falhados em 25 tentados.

Mateus Fernandes 5.5

Formou uma boa dupla com Holsgrove no “miolo” e esteve em foco com um passe para remate, cinco recuperações de posse, ganhou dez duelos e realizou sete ações defensivas e sofreu cinco faltas. A rever, acumulou 12 perdas de bola.

Rafik Guitane 5.3

Foi o motor atacante da equipa e quem conduziu as primeiras ameaças ao FC Porto, e na etapa final foi derrubado por David Carmo no lance que esteve na génese do único golo da noite. Saiu de cena com dois remates, dez passes progressivos recebidos, conquistou dois cartões, venceu oito duelos, perdeu 11, foi eficaz em seis dos nove dribles tentados e assinou cinco ações com a bola na área contrária. Em sentido inverso, permitiu três dribles e sofreu quatro desarmes.

Resumo

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