Porto 1-3 Atlético | Dragão diz adiós aos milhões da Champions

José Coelho / Lusa

O FC Porto despediu-se sem glória dos milhões da Liga dos Campeões e vai prosseguir a caminhada nas provas da UEFA na Liga Europa.

Na “final” desta noite ante o Atlético de Madrid, os “azuis-e-brancos” foram perdulários e acabaram punidos pelo cinismo e pragmatismo dos campeões espanhóis.

Num embate escaldante, que terminou com duas expulsões (Wendell e Carrasco), quatro golos – Griezmann, Correa, De Paul e Sérgio Oliveira foram os goleadores de serviço –, foram diversos os momentos que aqueceram a noite na Invicta.

Feitas as contas, o Liverpool venceu este Grupo B com seis triunfos em seis rondas, os “colchoneros” somaram sete pontos, os portistas cinco e o AC Milan quatro.

Duelo electrizante no palco do emblema da Invicta. Simeone surpreendeu o amigo Conceição e apresentou uma linha de três defesas – Vrsaljko, Kondogbia e Hermoso -, não obstante as ausências dos lesionados Giménez e Savic e do castigado Felipe.

Conseguindo controlar o meio-campo, os espanhóis tinham menos bola (31%), mas criaram perigo nas duas vezes em que chegaram à área contrária.

A mais flagrante ocorreu aos 22 minutos – já sem o lesionado Suárez -, quando Carrasco fez o quis de Otávio, João Mário e Mbemba, centrou, mas nem Griezmann, nem Llorente conseguiram bater Diogo Costa.

Acossados, os “dragões” começaram a circular melhor a bola, foram mais pressionantes e reagiram, primeiro na sequência de um tiro de Luis Díaz (31’) e depois quando Salah empatou o duelo entre AC Milan e Liverpool (1-1).

O público despertou, a equipa da casa foi atrás e rondou a festa por três ocasiões (38’, 40’ e 40’), mas nem Díaz, Lemar (ia fazendo autogolo) e Grujic acertaram com a mira. O nulo deixava os portistas no segundo lugar.

De Paul, autor de quatro desarmes e nove recuperações da posse, era o MVP ao descanso com um rating de 7.3. Diogo Costa (com duas intervenções) era o melhor dos da casa – 6.8.

A etapa complementar prosseguiu em alta voltagem. O FC Porto entrou com tudo, mas voltou a pecar na finalização.

Taremi não teve a mira afinada aos 47 minutos e, quatro volvidos, não conseguiu bater os reflexos de Oblak. Lá diz a velha máxima que “quem não marca, sofre”. E foi isso que ocorreu quando Griezmann abriu o “score”.

Depois, os nervos atolaram o discernimento dos dois conjuntos. Carrasco agrediu Otávio e foi expulso (67’). Instantes depois, Wendell, que tinha entrado aos 63 minutos, foi expulso num lance com Correa.

Com os nervos em franja, foi o Atlético a ter mais sangue frio: Correa finalizou um contra-ataque perfeito e De Paul assinou o 0-3. Num último suspiro, Sérgio Oliveira encurtou distâncias da marca dos 11 metros, remate que apenas maquilhou o resultado…

Melhor em Campo

Qual polvo, Rodrigo De Paul encheu o relvado do Dragão e foi o melhor em cena com um GoalPoint Rating de 8.8.

O golo foi a cereja numa exibição de alto calibre do argentino, que amealhou cinco passes valiosos, seis aproximativos (máximo no duelo), 13 recuperações da posse (outro registo que mais ninguém atingiu), quatro desarmes, três intercepções, sete alívios e ainda bloqueou quatro passes/cruzamentos.

Exibição superlativa do médio todo-o-terreno.

Destaques do Porto

Grujic 6.2 – Esteve em dúvida, mas recuperou e foi o melhor jogador do FC Porto na noite desta terça-feira, com dois remates, oito recuperações de bola, duas acções defensivas no meio-campo adversário e dois desarmes.

Sérgio Oliveira 6.0 – Jogou apenas 14 minutos, mas foi a tempo de ter a segunda melhor nota entre os “dragões”. Realce para o golo que apontou da marca de grande penalidade e para as duas conduções aproximativas que fez.

Diogo Costa 5.9 – Sem culpas nos três golos sofridos, fez ainda, na primeira parte, duas defesas que adiaram a festa espanhola.

Otávio 5.8 – Sobre a faixa direita, ajudou a equilibrar as incidências com três passes para finalização, quatro passes valiosos e três acções defensivas no meio-campo contrário. Esteve na génese do lance da expulsão de Carrasco.

João Mário 5.7 – Tentou dar largura pela direita. Acertou três dos cinco dribles feitos, realizou dois cruzamentos e recuperou a bola por quatro vezes.

Pepe 5.6 – Aos 50 minutos perdeu a bola onde não deveria e quase oferecia o golo a Griezmann. Redimiu-se aos 60 quando, em cima da linha, tirou a bola de golo lançada por Matheus Cunha. Realce, ainda, para oito passes aproximativos feitos e para as nove recuperações de bola que coleccionou.

Mbemba 5.4 – Bem no capítulo do passe com uma eficácia de 87%, fez três variações de flanco e recuperou a posse em sete ocasiões.

Vitinha Ferreira 5.3 – Tentou visar o alvo com três remates fora da área, acertou 60 dos 68 passes tentados e demonstrou critério na fase de maior ascendente dos “azuis-e-brancos”.

Fábio Vieira 5.1 – Ainda tentou enganar Oblak com um remate de fora da área e gizou dois passes valiosos.

Luis Díaz 5.0 – Saiu dos seus pés o primeiro lance de perigo do “dragão” (31′), mas desta feita não conseguiu marcar a diferença. Bem marcado por Llorente, acertou apenas dois dos seis dribles tentados e perdeu a bola em 20 ocasiões.

Taremi 4.7 – Perdulário, tentou a sorte em três remates, mas não encontrou o caminho certo.

Wendell 3.8 – Esteve em campo apenas sete minutos. Substituiu Zaidu, acabou por cair na cantiga lançada por Correa e foi expulso.

Destaques do Atlético

Oblak 7.1 – Aos 51 minutos esticou-se e, com as pernas, defendeu um remate de Taremi que levava a direcção de golo. Foi apenas um exemplo de mais uma grande exibição do esloveno, que assinou cinco defesas, três das quais em remates feitos na área “colchonera”.

Griezmann 6.8 – Estava a passar ao lado do encontro quando surgiu sem marcação para abrir a contagem, depois, despertou e espalhou perigo. Ofereceu o 0-2 a Correa, participou na jogada do 0-3, tendo ainda coleccionado seis acções com a bola na área contrária, quatro remates e outros tantos passes para finalização.

Correa 6.5 – Foi uma das cartadas lançadas por Simeone. Em 27 minutos foi a tempo de “expulsar” Wendell, marcar um golo e accionar perigosos contra-ataque, tudo isto com apenas 13 acções com a bola.

Resumo

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