Porque é que alguns animais têm um “terceiro olho”?

Zoo Chester

O Jardim Zoológico de Chester anunciou recentemente a chegada de tuataras — um grupo de répteis que descrevem como uma das “maiores maravilhas” da natureza.

As tuataras vivem na Terra há cerca de 200 milhões de anos — apareceram por cá antes dos dinossauros — e têm “três olhos”.

Nos manuais de biologia, este “terceiro olho” é um órgão sensível à luz, que se encontra em muitos animais, incluindo diversas  espécies de lagartos, bem como algumas rãs e peixes.

É semelhante a um olho verdadeiro por ter uma córnea, uma lente e uma retina, mas não consegue ver como um olho verdadeiro. Isto porque a retina é uma versão simplificada da que se encontra num olho verdadeiro e, por isso, pensa-se que só consegue detetar alterações de luz.

Ainda há muito que não se sabe sobre a função deste olho parietal — se é que tem alguma —, mas alguns levantaram a hipótese de que poderia ser uma forma de estes animais se orientarem usando o Sol, enquanto outros sugeriam que poderia regular o ritmo cardíaco.

Agora, o Jardim Zoológico de Chester, no Reino Unido, tornou-se o primeiro a criar com sucesso estes répteis num país estrangeiro, visto que a tuatara (Sphenodon punctatus) é uma das espécies mais antigas do mundo.

“As tuataras são uma dos maiores maravilhas da natureza e fornecem uma janela incrível para o passado pré-histórico do nosso Planeta”, afirmou Karen Lambert, Guardiã Principal do Departamento de Ectotérmicos do Jardim Zoológico, citada pelo IFL Science.

“Tendo de alguma forma sobrevivido durante cerca de 200 milhões de anos, estes animais únicos são cruciais para a nossa compreensão da evolução dos répteis”.

“São notoriamente difíceis de tratar, mas, após quase quatro décadas, aperfeiçoámos finalmente os nossos esforços e, subsequentemente, obtivemos sucesso com uma série de crias bem sucedidas em 2017 e 2020. Isto mostra realmente os esforços extraordinários que fazemos para salvaguardar uma espécie“.

Atualmente, as tuataras estão ameaçadas na natureza devido à chegada de espécies invasoras às pequenas ilhas que habitam e às alterações ambientais provocadas pelas alterações climáticas.

Teresa Oliveira Campos, ZAP //

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