Os porcos reconciliam-se após os conflitos. Isso confirma a sua inteligência

“Eu gosto de porcos”, disse supostamente Winston Churchill uma vez, acrescentando: “os cães olham-nos para cima, os gatos olham-nos para baixo, mas os porcos tratam-nos como iguais”.

A verdade é que os porcos são animais sociais inteligentes. E, como todos os animais, por vezes lutam, notou o Economist.

Num estudo recentemente publicado na Animal Cognition, o antropólogo biológico da Universidade de Turim, em Itália, juntamente com os seus colegas, analisou a forma como um grupo de 104 porcos domésticos resolviam as suas disputas. No total, estudaram os detalhes de 216 conflitos, ao longo de seis meses.

Segundo a análise, alguns porcos tendem a ser agressores e outros tendem a ser vítimas. Quem é o que depende em grande parte do peso, pois, entre estes (como entre muitos animais), os quilos significam poder. O agressor pode morder, pontapear, bater ou levantar a vítima (ou encadear uma sequência dessas ações). A maioria dos conflitos terminou em segundos, alguns duraram um minuto ou dois.

Na maioria das espécies animais, seria só isso. No entanto, muitos dos conflitos entre os porcos tinham partes interessadas, para além dos protagonistas. O investigador queria compreender o papel desses espetadores na resolução das lutas – e o que isto diz sobre as capacidades cognitivas dos porcos.

Embora não houvesse tempo suficiente para um porco espetador intervir durante um conflito, a equipa analisou o que acontecia nos três minutos que se seguiam aos conflitos. Por vezes, os protagonistas faziam as pazes sozinhos, tocando nos narizes. Quanto mais distantes estavam os combatentes, mais frequentemente isto acontecia.

Norscia sugeriu que as relações entre familiares próximos são mais seguras, pelo que uma reconciliação rápida e explícita é menos necessária para estes do que para aqueles que não são próximos.

Noutras ocasiões, porém, um terceiro porco intervinha. Por vezes, agia como um pacificador, envolvendo-se com o agressor e reduzindo o número de ataques. Noutras ocasiões, envolvia-se com a vítima. Isto parecia acalmar a vítima, pois reduzia comportamentos relacionados com a ansiedade, como tremores.

Oferecer consolo aos oprimidos coloca os porcos num clube pequeno e exclusivo, notou o Economist. Alguns primatas, incluindo os humanos, fazem-no. O mesmo acontece com canídeos e corvos. Suspeita-se que elefantes, cetáceos, papagaios e alguns roedores também o façam, embora não existam provas conclusivas.

Estas espécies são conhecidas por terem desenvolvido, independentemente umas das outras, altos níveis de inteligência, tanto individual como social.

A inteligência social não precisa, no entanto, de ser inteiramente altruísta. Durante a investigação, a equipa verificou que os porcos são mais propensos a intervir após um conflito se estivessem intimamente relacionados quer com o agressor quer com a vítima.

ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.