Por que é que as pessoas acreditam no Bigfoot?

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Já ouviu falar do “Bigfoot”? Trata-te de uma criatura grande, peluda e parecida com o ser humano que vagueia pelas florestas da América do Norte — ou assim nos contam os mitos e as lendas. Mas, afinal, é real ou não?

Existem inúmeras histórias de encontros com o chamado “Pé-Grande“, ou, nos EUA e Canadá, “Bigfoot” ou “Sasquatch”.

Segundo o Science Focus, muitas dessas histórias são suportadas por vídeos e fotografias e “provas” físicas de criptozoólogos, incluindo moldes de pegadas e amostras de cabelo.

Alguns foram mais longe e até afirmaram que o Bigfoot é um parente do gigantopithecus blacki, um primata que se pensa estar extinto.

A verdade é que não há como negar o entusiasmo dos seus caçadores e o seu legado duradouro na cultura pop e na pseudociência.

O que deu início aos rumores?

A primeira história sobre um avistamento do Pé-Grande foi publicada no jornal British Columbia Daily Colonist, a 3 de julho de 1882. No entanto, a crença numa criatura gigante e peluda, semelhante a um homem, já existia na América do Norte muito antes disso.

Num estudo publicado no Canadian Psychiatric Association Journal, a autora Louise M Jilek-Aall explica que “os índios da Colúmbia Britânica têm numerosos mitos e contos populares sobre gigantes que habitam florestas e montanhas”.

De acordo com o folclore tradicional dos nativos americanos, “a visão do poderoso Sasquatch era suscetível de causar a doença da perda de alma, inconsciência ou perturbação do estômago”. As histórias têm sido passadas de geração em geração — algumas mais simpáticas do que outras.

Para além das suas raízes mais tradicionais, outros argumentam que a “descoberta” de pegadas do Bigfoot em Bluff Creek, Califórnia, por Ray Wallace em 1958 (desacreditada em 2002), e a sua publicação na revista TRUE, em 1959, popularizaram o mito, permitindo-lhe entrar no imaginário do público.

Houve muitos avistamentos do Bigfoot ao longo dos anos, alguns mais famosos do que outros. O mais conhecido é o filme de Patterson-Gimlin de 1967. Esta curta-metragem mostra uma — suposta — fêmea do Pé-Grande a caminhar em Bluff Creek, no norte da Califórnia.

Mas será que realmente existe?

Num estudo publicado na revista de investigação biológica Proceedings of the Royal Society B, os cientistas do primeiro estudo genético sistemático do mundo quiseram “identificar a origem da espécie de 30 amostras de cabelo atribuídas a primatas anómalos”.

Nas suas conclusões, observaram que, à exceção de duas amostras, “nenhuma das amostras de pelo submetidas e analisadas apresentou uma sequência de RNA 12 S que não pudesse ser associada a uma espécie de mamífero existente”.

Assim, atualmente, não existem provas definitivas de que o Pé-Grande seja real. Embora algumas pessoas apontem para supostas gravações de vídeo e áudio do Sasquatch, isso não é uma prova científica da existência da criatura.

Os cientistas questionam a falta de provas, tais como amostras de ADN ou espécimes capturados.

Alguns propõem que as identificações erradas de animais conhecidos, os embustes e os fatores psicológicos desempenham um papel significativo na perpetuação do fenómeno do Pé-Grande.

E o leitor, acredita ou não na existência do Bigfoot?

Teresa Campos, ZAP //

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