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Quanto mais fundo vivem os polvos, mais “verrugas” têm (mas não se sabe porquê)

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(dr) John Weinstein / Field Museum

Um dos polvos “verruguentos” que vivem nas profundezas do oceano

Alguns polvos encontrados em algumas das partes mais profundas do Oceano Pacífico têm uma pele mais irregular (como se tivessem “verrugas”) que os cientistas não conseguem explicar.

Uma equipa de investigadores tentou perceber porque é que alguns polvos que vivem no Oceano Pacífico — Graneledone pacifica — têm tantas “verrugas”, enquanto outros têm uma pele macia e sedosa.

Para isso, explica o IFLScience, os cientistas examinaram 50 espécimes, recolhidos no nordeste do Oceano Pacífico, ao longo da costa oeste da América do Norte, desde Washington até ao centro da Califórnia.

Para cada polvo, a equipa contou o número de “verrugas” numa linha entre as costas e a cabeça, bem como o número de ventosas encontradas nos seus braços. De seguida, foram realizadas análises de ADN que mostraram que os polvos “verruguentos” não eram de múltiplas espécies, como se pensava, mas sim da mesma espécie. Além disso, os polvos que viviam nas profundezas do oceano eram menores, com pele mais irregular e tinham menos ventosas do que os outros.

“Para já, nem sequer sabemos do que é que estas ‘verrugas’ são feitas, mas achamos que podem ser cartilaginosas. Ainda estamos a tentar perceber se são um benefício para estes polvos. Eles vivem muito fundo no oceano para que a luz os atinja, logo, não nos parece que seja para camuflagem”, declara ao mesmo site Janet Voight, autora do estudo agora publicado na revista científica Bulletin of Marine Science.

Os investigadores estão a trabalhar nesta teoria: à medida que as profundidades aumentam, as possibilidades de presas diminuem, tornando por isso a caça por alimento mais difícil e consumidora de energia.

Ou seja, pode ser que, ao longo de gerações, os polvos que comiam menos devido à disponibilidade de presas evoluíssem para um tamanho menor, produzissem também ovos menores que, por sua vez, eclodiam em crias menores.

“Se estes animais estão quase a viver no que para eles é um habitat extremo, a sua presença pode dar-nos uma pista para a saúde do oceano profundo. Este é o maior habitat do planeta, cobrindo cerca de 68% da sua superfície, mas é de longe o menos conhecido. O mar profundo suporta uma variedade surpreendentemente diversificada de animais. Precisamos de aprender mais sobre os animais que vivem no maior habitat do planeta”, conclui Voight, investigadora do Field Museum, nos EUA.

ZAP //

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