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Polícias não querem “fachada” e recusam reunião com Governo

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Encontro estava marcado para hoje. Sindicato não vai participar porque seria “encenar uma negociação”.

A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) recusou participar numa reunião convocada pelo Governo para esta quarta-feira para discutir alteração à portaria sobre serviços remunerados, por considerar tratar-se de um encontro de “fachada”.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da associação, Paulo Santos, disse que a ASPP/PSP foi convocada na segunda-feira para uma reunião no Ministério da Administração Interna (MAI), a realizar esta quarta-feira à tarde, tendo apenas como ponto na agenda a proposta de alteração à Portaria n.º 298/2016, de 29 de novembro sobre a regulamentação do regime dos serviços remunerados.

“A reunião (…) versa sobre um único ponto: a alteração à portaria dos serviços remunerados, não estamos a falar de ordenados, não estamos a falar de suplementos, de pré-aposentação, de condições de trabalhos. Estamos a falar de serviços remunerados”, disse.

De acordo com Paulo Santos, o Governo já tem conhecimento da posição da ASPP sobre a portaria e o que está em torno sobre a portaria.

“A nossa posição é muito clara: queremos enquanto sindicato contribuir para a melhoria salarial que tem uma abrangência de todos os polícias. Queremos contribuir para a revolução de reestruturação dos suplementos remuneratórios e queremos contribuir e participar na alteração do suplemento de condição policial”, sublinhou.

No entendimento da ASPP/PSP, esta reunião é uma “fachada”, para “encenar uma negociação”.

“Estamos em luta há tantas semanas por uma paridade que se impõe com a PJ que queremos acreditar que esta convocatória que o MAI faz passará por uma tentativa de dar a entender, no término do mandato, de mais uma disponibilidade que o Governo tem para dialogar com os sindicatos, dando a sensação que estará a resolver alguma coisa estrutural e nós não queremos fazer parte dessa discussão, dessa perspetiva de que o Governo estará a tentar revolver problemas que não resolveu durante muito tempo”, frisou.

Paulo Santos esclareceu que o que está em causa na reunião é dar a conhecer aos sindicatos e associações da GNR daquilo que são as alterações à portaria, algo que já foi feito no passado.

“O Governo já teve muito tempo para avançar e pode avançar nesta matéria, porque os serviços remunerados não são de negociação coletiva, ou seja, o Governo pode já amanhã aumentar os valores dos serviços remunerados sem contacto com os sindicatos”, disse.

Paulo Santos diz que a ASPP/PSP não quer ser parte de uma solução que não abrange todo o efetivo.

“Não queremos ser parte da solução que coloque os polícias a trabalhar mais horas e reféns muitas vezes dos privados para poder resolver problemas da policia e o problema salarial da PSP. Queremos que o Governo e neste momento é difícil dado o contexto atual, mas que o próximo governo possa olhar para a PSP numa perspetiva de valorização salarial e numa de reestruturação de suplementos”, destacou.

// Lusa

1 Comment

  1. “Polícias não querem”, não querem nada e querem tudo.
    Estão há muito istrumentalizados por quem disso espera tirar bom partido, refiro-me a organizações de extrema direita que, entre o entendimento e o ruído, privilegiam o ruído.
    Apelo à memória do fatídico “movimento zero”, que ainda se mantém por lá, sendo que quem teme pela sua própria integridade, são os agentes sérios, dignos e cumpridores da sua missão.
    Quem não se lembra da perseguição cerrada ao representante de um dos sindicatos, norteado pela decência e defesa do bom nome da Instituiçao, acabou fora da PSP, para sua proteção?
    Obvianente, como em tudo na vida, também na PSP encontramos o trigo e o joio, só que o primeiro é cada vez mais escasso.
    A verdade é que neste momento, as pessoas estão cansadas de tanto espetáculo triste, e já se questionam sobre a solidariedade incondicional que inicialmente lhes concederam.
    Nunca me convenceram.
    Reconheço a legitimidade da sua luta, mas condeno com toda a veemência os meios usados, cada vez mais extremados e inadmissíveis, que de forma alguma os fins podem justificar.

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