Polícia que matou Michael Brown em Ferguson não vai ser acusado

BBC

Michael Brown, o jovem morto em Ferguson

O agente da polícia que matou Michael Brown em Ferguson, no estado norte-americano do Missouri, em 2014, não vai ser acusado pela morte do jovem, anunciou, esta quinta-feira, o procurador do condado de St. Louis.

De acordo com a revista Newsweek, esta é a terceira decisão no mesmo sentido em quase seis anos desde a morte de Michael Brown, afro-americano, de 18 anos, abatido a tiro pela polícia em Ferguson.

A decisão de não acusar o agente da polícia, Darren Wilson, foi anunciada, esta quinta-feira, pelo procurador de justiça de St. Louis, Wesley Bell, que ocupa o cargo desde janeiro de 2019 e que é o primeiro procurador negro deste condado.

Este desfecho junta-se aos outros dois no mesmo sentido, primeiro levado a cabo por um Grande Júri e, depois, pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

Depois de assumir funções, Bell começou a investigar novamente o caso que foi capturado em vídeo e que, ao se tornar viral nas redes sociais, fez de Ferguson o epicentro dos protestos em todo o país contra a violência policial e o racismo.

Durante o anúncio da decisão, o procurador disse que foi “uma das coisas mais difíceis” que já teve de fazer, relembrando que foram cinco meses de investigações que envolveram relatórios forenses, depoimentos de testemunhas e outras provas.

Em conferência de imprensa, citada pelo jornal online Observador, Bell disse que não foi possível provar o crime. “Embora este caso represente um dos momentos mais significativos da história de St. Louis, a questão no que respeita a este polícia era realmente simples”, disse.

“Podemos provar, sem margem razoável de dúvida, que quando Darren Wilson alvejou Michael Brown cometeu homicídio ou crime negligente, de acordo com as leis do Missouri? A resposta a isso é não“, concluiu.

Tal como recorda a revista norte-americana, nessa tarde de 2014, Brown e um amigo estavam no meio de uma rua de uma zona residencial de Ferguson, quando o agente lhes disse para saírem dali. Os jovens começaram a protestar e foi então que Brown foi baleado. Wilson disse que agiu em legítima defesa, depois de o afro-americano se ter dirigido a ele de forma ameaçadora.

Algumas testemunhas garantiram que o rapaz tinha as mãos no ar quando foi alvejado, mas nem o Grande Júri, nem o Departamento de Justiça encontraram provas credíveis de que isso tivesse mesmo acontecido.

O corpo do jovem, que tinha acabado de terminar o Secundário, ficou quatro horas naquela rua, o que provocou a fúria dos moradores. Os protestos que se seguiram consolidaram o movimento “Black Lives Matter” que, nos últimos meses, voltou a sair às ruas de todo o mundo em peso por causa da morte do afro-americano George Floyd.

ZAP //

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