“Palavras Vizinhas” é um projeto que pretende contribuir para o combate à solidão e desenvolvimento do sentido de comunidade, através da poesia. Os envelopes sem remetente nem destinatário trazem poemas manuscritos lá dentro.
Tudo começou quando o grupo responsável pelo projeto começou a deixar um poema manuscrito num envelope sem remetente em várias residências, contendo as instruções para que se possa fazer parte da comunidade Palavras Vizinhas: “Escrever um poema à mão, original ou de autor devidamente identificado, colocá-lo na caixa de correio de um vizinho e aguardar por receber um poema.”
A iniciativa disponibiliza páginas especificamente desenhadas e autocolantes com o logótipo do projeto.
Para enviar o envelope basta “colar o autocolante que segue junto do poema na sua caixa de correio, para mostrar que pretende que os poemas continuem a chegar”, pode ler-se no site oficial do projeto e no Facebook.
Filipe Lopes, também da equipa, disse ao Público que em cerca de mês e meio de Palavras Vizinhas, que começou com perto de 80 cartas para contactos iniciais, as “correntes de dar e receber poesia já estão a funcionar” em força em muitos sítios do país.
Quem quiser aderir deve enviar um email e depois irá receber autocolantes e tudo o que necessita para começar a espalhar poesia na sua rua. “Para esta rede crescer, é relembrar tempos idos em que escrevíamos cartas à mão e transcrever o maior número de poemas possível”.
O último passo é enviar o testemunho e/ou fotografia, para o mesmo endereço eletrónico, de qualquer fase de participação no projeto.
“A poesia faz-nos companhia, relembra-nos a nossa humanidade quando expressa emoções e sentimentos, reaviva-nos a memória das coisas belas através das palavras e paisagens que traça, mas, também, levando-nos para a nossa própria experiência de vida com a beleza”, frisa Filipe Lopes, sublinhado a importância da poesia.
O projeto já conta com parceiros institucionais, como autarquias e comunidades escolares.
Projecto muito louvável que irá dar lugar ao desabrochar de muita criatividade. Parabéns a quem teve a iniciativa e a quem a apoiou. A poesia é uma excelente terapia. “Ó subalimentados do sonho, a poesia é para comer!” Palavras de Natália Correia que se adaptam perfeitamente aos tempos que estamos a viver em que até parece que sonhar é proibido!