Uma equipa internacional de cientistas descobriu no Quénia o crânio de um primata com 13 milhões de anos que pode revelar o ancestral comum entre macacos e humanos. E o macaco bebé já ganhou nome: Alesi.
Em setembro de 2014, o arqueólogo John Ekusi ficou conhecido por encontrar um crânio primata de 13 milhões de anos num deserto a oeste do Lago Turkana, em Napudet, no Quénia.
Tal descoberta mobilizou uma investigação mais aprofundada sobre o fóssil, chamado Alesi, realizada por especialistas da Turkana Basin Institute, da Universidade Stony Brook, e da Anza College, nos EUA.
O resultado da análise foi publicado esta quarta-feira na revista Nature, e destaca que o crânio fossilizado pertencia a um filhote de macaco, com 16 meses.
Até hoje, a ciência considerava que, em aspectos evolutivos, os nossos antepassados comuns com os chimpanzés viveram na África há 6 milhões de anos, uma informação que foi descoberta através de fósseis datados da época em questão. Mas vários estudos de ossos mais antigos não apresentavam conservações suficientes para sustentar a tese de que há ancestrais próximos ao homem antes deste período.
E é exatamente neste ponto que o fóssil Alesi é importante, porque, através de diversas análises de imagens tridimensionais de raios-x, os cientistas foram capazes de estabelecer diversos elos evolutivos entre os primatas e a nossa espécie.
De acordo com o artigo científico, o crânio, do tamanho de um limão, indica a presença de uma nova espécie, chamada Nyanzapithecus alesi, que apresentava tubos auditivos ósseos desenvolvidos – uma característica importante para relacionar esta espécie com os símios atuais. Além disso, os especialistas também descobriram que o pequeno focinho do primata se assemelha muito a um filhote de gibão.
“A impressão inicial é que se trata de um gibão extinto. No entanto, as nossas análises demonstram que essa aparência não é exclusiva dos gibões, que evoluíram várias vezes entre outros parentes extintos”, explica Chris Gilbert, do Hunter College de Nova Iorque, nos Estados Unidos.
Os especialistas também constataram que Alesi não se comportava como um gibão – que é conhecido por movimentos ágeis e acrobáticos nas árvores – e movimentava-se com mais cuidado devido às características do seu ouvido interno.
Por fim, os estudos constataram que o Nyanzapithecus alesi pertencia a um grupo de primatas que existiu na África há dez milhões de anos, e que este grupo, de origem africana, estava muito próximo da origem dos símios e humanos atuais.
Terá sido encontrado o famoso “elo perdido” que muitos críticos das teorias evolucionistas diziam que estava a faltar na Teoria da Evolução das Espécies de Darwin?
ZAP // EFE
Eu já encontrei esse elo há algum tempo: chama-se Costa!
Tão pequenino e comeu a Eva!