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Donas de TVI e Correio da Manhã podem criar novo gigante nos media

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DouroAzul / Wikimedia

Mário Ferreira, Media Capital, Douro Azul

Mário Ferreira, dono da Douro Azul e principal accionista da Media Capital.

Três anos depois de a Cofina, dona do Correio da Manhã, ter desistido da compra da Media Capital, que detém a TVI, o negócio pode avançar, mas de forma inversa. A Media Capital está a equacionar a compra da Cofina.

Em 2019, a Cofina tentou comprar a Media Capital, mas agora é a Media Capital que pode comprar a Cofina. A possibilidade começou por ser avançada pelo Observador, o que levou a Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) a suspender as acções das duas empresas em bolsa.

Depois disso, as duas empresas foram forçadas a tomadas de posição públicas, assumindo contactos e avaliações de oportunidades de negócio.

Entretanto, a CMVM já levantou a suspensão das acções.

Cofina assume “abordagens preliminares”

A Media Capital esclareceu que “como sucederá com as demais empresas do sector dos media”, “está atenta e disponível para analisar oportunidades de negócio que possam surgir”.

Mas o grupo que tem o empresário Mário Ferreira, dono da empresa de cruzeiros Douro Azul, como maior accionista salientou ainda que, quanto à Cofina, “nada existe de relevante”.

Da parte da Cofina, liderada por Paulo Fernandes, sublinhou-se que a empresa “avalia em permanência todas as oportunidades de negócio que possam valorizar os seus activos, numa perspetiva de compra ou de venda”.

Porém o grupo do Correio da Manhã assumiu que “foram realizadas abordagens preliminares por diversos assessores externos, com vista a encetar possíveis negociações, que estão a ser objecto de análise pela sociedade“.

Contudo, para já, não há “qualquer decisão ou conversações, entre a Cofina e, nomeadamente, a Media Capital ou os seus accionistas”, apontou também a empresa.

Em 2019, o negócio de compra da Media Capital, numa Oferta Pública de Aquisição (OPA), só não avançou devido a divergências entre Paulo Fernandes e Mário Ferreira, depois de ter sido aprovado pelas entidades reguladoras.

A Cofina chegou a ter um acordo com a Prisa para a compra da Media Capital num negócio que valeria 255 milhões de euros. Mas acabou por desistir da compra em Março de 2020.

Mário Ferreira acabou por adquirir, em Maio de 2020, 30,22% da Media Capital à Prisa por 10,5 milhões de euros.

A Cofina ainda se manteve na luta pelo controlo da Media Capital, mas acabou por desistir do negócio, permitindo ao conglomerado de accionistas liderado por Mário Ferreira controlar o grupo que detém a TVI.

Novo gigante dos media a nascer?

Agora com o tabuleiro virado ao contrário, com a Media Capital a liderar uma tentativa de compra da Cofina, pode “nascer” um novo gigante dos media em Portugal.

A Media Capital tem uma capitalização na bolsa da ordem dos 102,93 milhões de euros enquanto a Cofina vale 26,74 milhões de euros, como nota o Eco, jornal online também detido por Mário Ferreira.

As receitas dos dois grupos de media situavam-se nos 215,1 milhões de euros em 2021 enquanto a Impresa, que detém a SIC e o Expresso, “facturou cerca de 190 milhões de euros” nesse ano, ainda segundo dados do Eco.

Se houver “casamento” entre Media Capital e Cofina, nascerá “o maior player do sector dos media em Portugal”, constata o jornal online.

Susana Valente, ZAP // Lusa

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5 Comments

  1. Mário Ferreira está a apostar num sector em vias de obsolescẽncia: as gerações mais novas já não vêem TV, e daqui a duas décadas os telespectadores serão uma minoria.

    • Ai Marcus, Marcus…ele ao contrário de ti, já viu o filme todo. Há falta de conteúdos, os quais depois podem ser veiculados em múltiplas plataformas. E o que ele está a garantir é uma fábrica de conteúdos. Por algum motivo ele é o empresário que é, e tu és o que és. Não tens visão, nem compreendes o mundo que te rodeia.

    • Bem se vê que não percebes nada do assunto. Eu trabalho no meio. Sei do que falo. São necessários conteúdos originais e em quantidade. E de muitas áreas diferentes.
      E no final usam-se 3 pontos e não 4. É uma questão de estar mais atento 😉

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