Os inspetores da Polícia Judiciária terão acedido a informações sobre nomeações e notas de árbitros, dados que, cruzados com outros documentos, terão motivado as buscas ao estádio da Luz e à casa do presidente do Benfica.
A notícia, avançada pela TVI esta sexta-feira, dá conta que a PJ esteve, em julho, na sede da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) para recolher informação e documentos no âmbito do caso dos emails, que envolvem suspeitas de corrupção ativa e passiva.
Segundo o canal televisivo, elementos da Unidade Nacional contra a Corrupção estiveram, mais do que uma vez, na Cidade do Futebol, em Oeiras. Não foi necessário qualquer mandado de busca para esta operação porque, tal como anunciado em junho, o próprio presidente da FPF, Fernando Gomes, contactou a PJ e a Procuradoria-Geral da República, no sentido de disponibilizar todas as informações.
Agora, a Judiciária estará a analisar processos de nomeação, notas de árbitros e relatórios de observadores datados desde dezembro de 2011, altura em que Fernando Gomes entrou na federação, que, cruzados com outros dados já recolhidos, entre os quais alguns emails divulgados pelo diretor de comunicação do FC Porto, Francisco J. Marques, motivaram as buscas no Estádio da Luz.
As autoridades estiveram ainda na casa do presidente dos encarnados, Luís Filipe Vieira, assim como nas residências do assessor jurídico do clube, Paulo Gonçalves, do ex-diretor de conteúdos da BTV, Pedro Guerra, e do ex-árbitro Adão Mendes.
Recorde-se que o diretor de comunicação do FC Porto acusa o Benfica de influenciar o setor da arbitragem e revelou também a alegada partilha de SMS do atual presidente da FPF, na altura em que presidiu à Liga Portuguesa de Futebol Profissional, entre Pedro Guerra e o ex-presidente da Assembleia-Geral da LPFP Carlos Deus Pereira.