A unidade especializada em crimes violentos da PJ está a investigar alegadas ameaças feitas aos estivadores do porto de Leixões, de forma a pressioná-los a aderirem à paralisação.
A unidade especializada em crimes violentos da Polícia Judiciária (PJ) está a investigar alegadas ameaças feitas aos estivadores do porto de Leixões que se recusam a participar na greve, pelo menos, às horas extraordinárias, noticiou esta segunda-feira o Jornal de Notícias.
Em causa estarão ameaças escritas, perseguições a estivadores em formação, invasão de instalações, esperas à porta de casa e avisos deixados nos para-brisas dos carros dos trabalhadores praticadas em contexto de greve. A Polícia Marítima, a PSP e a GNR já terão recebidos várias queixas-crime a reportar o sucedido.
O Sindicato de Leixões já enviou um documento aos grupos parlamentares da Assembleia da República a explicar as tensões existentes e a solicitar a intervenção dos deputados. No documento é referido que as primeiras ameaças surgiram pela primeira vez em 2016 nos portos de Lisboa, Figueira da Foz e Setúbal e agora repetem-se.
O clima de medo tem como objetivo pressioná-los a aderir à paralisação e não atinge apenas os estivadores, de acordo com os ameaçados. Um dos trabalhadores contou que os próprios dirigentes do sindicato de estivadores de Leixões e administradores da empresa de trabalho portuário são também alvo de ameaças e perseguições.
A paralisação no porto de Setúbal já dura há um mês e envolve pelo menos 90 trabalhadores que protestam contra a precariedade laboral praticada pela empresa Operstiva, mas não está a ter impacto noutros portos do país.
Ainda assim, a Federação Nacional de Trabalhadores Portuários acusa o Sindicato dos Estivadores e Atividade Logística de querer eliminar outras estruturas sindicais e de protelarem a precariedade e a perseguição a alguns trabalhadores.
No porto de Leixões existem 207 trabalhadores responsáveis pela carga e descarga de navios, sendo que dois terços têm contratos de trabalhadores regulares.