A situação em Gaza tem levado a um aumento dos confrontos na Cisjordânia — e até membros do Fatah, que é geralmente pacífico, estão a apelar à resistência armada contra a ocupação de Israel.
A escalada de violência na Faixa de Gaza está a alastrar à Cisjordânia, com um aumento alarmante no número de ataques mortais, tanto por parte dos colonos israelitas como pelas forças armadas de Israel.
Ontem, Israel levou a cabo um ataque aéreo num campo de refugiados que matou pelo menos 12 palestinianos e um agente israelita, segundo a Reuters. Estas mortes elevam a contagem de vítimas palestinianas na Cisjordânia para pelo menos 80 desde o ataque do Hamas a 7 de Outubro.
Apesar de a Cisjordânia ser reconhecida como parte de um futuro Estado da Palestina, cerca de 700 mil israelitas vivem em colonatos que violam a lei internacional e os compromissos dos Acordos de Oslo.
No último ano, o Governo de Netanyahu bateu o recorde da emissão de licenças para a construção de colonatos na Cisjordânia, que a ONU considera serem um grande entrave à paz e a uma possível solução de dois Estados para o conflito.
Outras vítimas recentes foram Ibrahim Wadi e o seu filho Ahmad, que estavam a caminho de um funeral quando foram emboscados e assassinados por colonos armados em Qusra, uma aldeia a sul de Nablus.
Qusra tem aproximadamente 7000 habitantes e foi palco de confrontos violentos recentemente, com carros incendiados e edifícios destruídos. A situação na pequena vila é um reflexo do que está a acontecer em grande parte da Cisjordânia, onde muitos residentes estão agora a ponderar abandonar as suas casas e mudar-se para áreas mais seguras.
Hani Odeh, o Presidente da Câmara de Qusra, afirma que os colonos circulam livremente sob a proteção da polícia israelita. Odeh avança que informou um membro do COGAT — Coordenador de Atividades Governamentais de Israel nos Territórios — de que iria ao funeral, juntamente com Ahmad e Ibrahim.
Algumas horas antes, o responsável israelita disse-lhe para seguir um caminho diferente daquele que normalmente seguiriam, para evitar os colonos israelitas na área. Mas, para surpresa de Odeh, a estrada para a qual foram desviados estava repleta de colonos, que acabaram por atirar e matar Ahmad e Ibrahim no seu carro.
Odeh revela à CNN que assistiu ao ataque no seu próprio veículo enquanto os soldados israelitas patrulhavam a rua e acredita que se tratava de uma armadilha.
A 11 de Outubro, a vila foi palco de mais violência, com um grupo de colonos armados a atacar um edifício e a causar quatro mortos e 12 feridos.
Dentro do prédio, Rabeea, de 19 anos, e o irmão, Abdulrahman, de 12 que já perderam o pai num ataque de colonos israelitas — testemunharam o ataque. Abdulrahman está agora a ter dificuldades em dormir e tem medo de ficar sozinho e a família está a preparar-se para abandonar a vila.
“Eu sinto-me tão mal. Eu quero chorar, mas o que podemos fazer? Quero ficar aqui, mas não podemos fazer nada”, relata.
“O pior ainda está para vir”
A situação tensa está a criar receios de que a Cisjordânia se torne uma terceira frente da guerra, para além de Gaza e da fronteira entre Israel e o Líbano, onde o Hamas quer juntar forças com o Hezbollah.
O partido Fatah, que controla a Cisjordânia, é geralmente pacífico e prefere negociar com Israel por vias diplomáticas. No entanto, os crescentes ataques dos colonos estão a levar a que membros do partido apelem à resistência armada.
“Devíamos largar as rédeas e usar todos os meios para combater a ocupação”, afirma Mowafaq Sehweel, responsável do Fatah, à Reuters.
Este sentimento parece ser correspondido do lado israelita. Na semana passada, o general Daniel Hagari, porta-voz dos militares israelitas, anunciou que as forças estão preparadas para quaisquer ataques potenciais. “Qualquer pessoa que nos desafie na Judeia e Samaria será refutada com enorme força”, disse Hagari, usando os nomes bíblicos judaicos para a Cisjordânia.
Os vizinhos na Jordânia estão preocupados com as consequências a longo prazo do conflito. “Tudo indica que o pior ainda está para vir. Estamos a envidar todos os esforços. A catástrofe resultante desta guerra terá consequências perigosas dolorosas e duradouras para o futuro”, alerta o Ministro dos Negócios Estrangeiros da Jordânia, Ayman Safadi.
Tadinhos dos israelitas, que apesar da miséria que têm feito, têm todo o direito de se “defenderem”,
Livres de qualquer critica, que ninguém sequer se atreva a largar uma bufa pensando neles, porque isso é considerado antissemitismo.
Matam palestinianos livremente na rua a passar de carro, rua essa que roubaram e ocuapram. Depois admiram-se e queixam-se que são vitimas de terrorismo e que .orreram criancinhas israelitas. Quem semeia ventos colhe tempestades. Fanáticos com costas quentes…