Os pintores Claude Monet e Joseph Mallord William Turner já teriam retratado a poluição atmosféricos nas suas obras no final do século XIX.
Cientistas e pessoas em geral começaram a notar os efeitos da poluição do ar nas cidades industriais da Europa e da América do Norte no final do século XIX e início do século XX.
Com o aumento da industrialização e da urbanização, a poluição do ar causada por fábricas, transportes e aquecimento doméstico tornou-se um problema crescente e uma preocupação de saúde pública.
Um novo estudo sugere que, pouco antes disso, artistas como Claude Monet já pintavam a poluição do céu de Londres em algumas das suas obras. As cores e traços de pinturas impressionistas podem esconder conhecimentos sobre as condições atmosféricas da época.
Um artigo publicado por investigadores da Universidade de Harvard e da Universidade de Sorbonne analisou a evolução das obras do inglês Joseph Mallord William Turner e do francês Claude Monet. Ambos os artistas retrataram paisagens urbanas na mesma altura em que a poluição atmosférica começou a intensificar-se.
O primeiro artigo científico sobre a poluição do ar acredita-se que tenha sido publicado logo no início do século XX. A data exata e a publicação são desconhecidas. Pouco antes disso, já Turner e Monet retratariam a poluição nas suas obras.
A certo ponto das suas carreiras artísticas, Turner e Monet adotaram tons mais opacos e linhas mais borratadas. Poderia pensar-se que seria uma questão de estilo, mas, para os autores do novo estudo, isto foi reflexo da poluição atmosférica.
“Pintores impressionistas foram extremamente sensíveis a mudanças na luz e no ambiente”, explicou Anna Lea Albright, autora principal do estudo.
Com a queima de carvão na nova Londres metropolita, eram libertadas grandes quantidade de dióxido de enxofre. A presença de enxofre na atmosfera, teorizam os cientistas, batem certo com os traços mais borratados e tons mais pastéis.