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“O Picasso do Oriente”. Há um pintor chinês a vender mais que Van Gogh

O pintor chinês Zhang Daqian é, em grande parte, um desconhecido do público ocidental — mas as suas obras têm vendido mais do que as de nomes como Vincent Van Gogh.

Vincent Van Gogh vendeu apenas uma pintura durante a sua vida “A Vinha Encarnada”. Esta obra está agora no Museu Pushkin, em Moscovo. O resto das mais de 900 pinturas de Van Gogh não foram vendidas ou eram famosas até depois da sua morte.

Indubitavelmente, o pintor pós-impressionista neerlandês é um dos melhores dos seus tempos e, possivelmente, um dos maiores de sempre.

Ao contrário de Van Gogh, o nome de Zhang Daqian não lhe deve dizer muito — mesmo que seja um aficionado de arte. Ainda assim, na China e no mercado global de arte em geral, o pintor está ao mesmo nível de Andy Warhol e Claude Monet, escreve a CNN.

Zhang Daqian nasceu em 1899 na província de Sichuan, na China. Nascido numa família de artistas, Daqian foi ensinado a pintar pela mãe e pelos irmãos mais velhos.

A obra de Zhang Daqian é notável pelos muitos estilos de pintura que dominava, “desde retratos altamente meticulosos e detalhados até paisagens arrojadas e expressivas com tinta salpicada”, nota um especialista da leiloeira Christie’s.

O artista chinês, conhecido como o “Picasso do Oriente” viria a morrer com 83 anos, em 1983, produzindo um enorme número de pinturas: em média, 500 por ano.

Em abril, a sua pintura de 1947 “Landscape after Wang Ximeng” tornou-se a sua obra mais cara a ser vendida em leilão, arrecadando 48 milhões de euros na Sotheby’s de Hong Kong. A batalha pelo quadro durou quase 20 minutos e teve mais de 50 licitações.

Este foi apenas um exemplo. O trabalho de Daqian gerou mais de 361 milhões de euros em leilões em 2016, superando qualquer outro artista do mundo naquele ano.

No ano passado, ficou em 6.º lugar do ranking da ArtPrice, com mais de 245 milhões de euros encaixados — superando nomes como Van Gogh (7.º) ou Bansky (8.º).

O professor de artes Mark Johnson, da San Francisco State University, nos Estados Unidos, diz que isto é apenas o começo.

“Houve uma rápida escalada de valor, pois o seu génio é mais amplamente reconhecido”, disse Johnson à CNN. “Acho que os preços duplicarão em breve”. A razão pelo qual os preços ainda não explodiram mais é, segundo Johnson, devido à “ignorância” dos museus ocidentais quanto a Zhang Daqian.

Mark Johnson realça que “não há dúvidas” de que Daqian “é um dos artistas mais importantes do século XX”.

Daniel Costa, ZAP //

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