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Milhares de pinguins bebés morreram afogados na Antártida

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Alain de Broyer

Colónia de pinguins imperador de Halley Bay desapareceu quase de um dia para o outro depois de a plataforma de gelo se partir. As consequências do degelo estão a fazer-se sentir e preveem-se catastróficas.

Milhares de filhotes de pinguins imperador morreram afogados quando a plataforma de gelo onde estavam a ser criados se partiu. A catástrofe aconteceu em 2016 mas só agora foi revelada na Antarctic Science, por uma equipa da British Antarctic Survey (BAS).

Peter Fretwell e Phil Trathan adiantam ainda que, para agravar a situação, as aves adultas não dão sinais de se reproduzirem e repor a população.

A equipa de investigadores apercebeu-se da situação através de imagens de satélites, que revelaram o desaparecimento dramático dos pinguins bebés. A população de pinguins imperador, que durante décadas esteve estabilizada numa média entre 14 mil e 25 mil casais (cerca de 5-9% da população global), desapareceu de um dia para o outro.

Esta é a espécie de pinguins mais alta e pesada, e são animais que precisam de blocos de gelo seguros para se reproduzir. Segundo explica o Diário de Notícias, a plataforma de gelo deve persistir, pelo menos, a partir de abril (quando as aves chegam) até dezembro (quando os filhotes deixam o ninho).

No entanto, se a plataforma gelada quebrar, os filhotes não terão tempo de evoluir, acabando por morrer afogados. Este foi o desastre que terá acontecido há três anos, na Antártida.

O gelo marinho formado desde 2016 não tem sido tão forte. Os eventos de tempestade que ocorrerem em outubro e novembro agora vão acabar cedo. Portanto, houve algum tipo de mudança no sistema que anteriormente era estável e confiável e agora é apenas insustentável”, disse Fretwell, citado pela BBC.

A equipa de cientistas acredita que muitos pinguins adultos evitaram reproduzir-se nestes últimos três anos devido a esta situação, ou então mudaram-se para novas zonas de criação no Mar de Wenddell. Esta última crença ganha mais força uma vez que uma das colónias a cerca de 50 km de distância, próximo do Glaciar Dawson-Lambton, aumentou.

O motivo pelo qual a borda da Plataforma de Brunt não se regenerou não é conhecido, uma vez que, segundo os cientistas, não houve alterações significativas em termos oceânicos e atmosféricos. Ainda assim, os investigadores alertam que ao registarem-se alterações na regeneração do gelo marinho, isso é um sinal do impacto que o aquecimento da Antártida poderá ter nos pinguins imperadores.

São vários os estudos que alertam para a extinção da espécie. Se o gelo derreter conforme está previsto, 50 a 70 por cento da população global de pinguins imperador podem desaparecer até 2100.

ZAP //

3 Comments

    • Exacto… temos aqui um expert em assuntos da Antárctida – coitados dos cientistas do British Antarctic Survey e da Universidade de Cambridge; nunca devem ter ouvido falar nas estações do ano!…

  1. Joaquim. De volta para os andaimes trolha de bigode. Não sabes nem f.der a tua mulher. Como podes saber o que se passa a 6000km dos teus enormes cornos?

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