A Truvada é a primeira pílula para a prevenção da SIDA e tem obtido resultados notáveis entre alguns grupos de risco.
Esta é a primeira pílula que previne a SIDA por ser uma profilaxia pré-exposição ao Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH), ou seja, uma estratégia de prevenção conhecida como PrEP.
Desenvolvida pela Gilead Sciences, Truvada reduz o risco de contágio da doença e foi aprovada pela Administração de Drogas e Alimentos Americana em julho de 2012.
A pílula não cura a doença, sendo o seu principal alvo os indivíduos não infetados que se envolvam sexualmente com parceiros que têm a doença.
Quando a pessoa é exposta ao VIH, dois medicamentos anti-retrovirais chamados tenofovir e emtricitabina contidos na pílula, evitam que o vírus se estabeleça de uma forma permanente.
Inicialmente, a pílula foi criticada pelo seu potencial de estimular sexo inseguro, dando uma falsa sensação de segurança.
No entanto, um estudo internacional, publicado na revista PLOS One, analisou a compensação de risco sexual em pessoas que usavam PrEP e descobriu que havia, de facto, uma maior tendência ao sexo seguro.
Desenvolvido em São Francisco, uma equipa de investigação analisou 657 pessoas, sendo que a maioria eram homens gays ou bissexuais, ao longo de 32 meses.
Apesar das altas taxas de infeções sexualmente transmissíveis entre os participantes, bem como alguns comportamentos de risco como o uso de drogas injetáveis e a diminuição do uso do preservativo, não houve novas situações de contágio entre a amostra de participantes.
O mais surpreendente chega a ser que os participantes contraíram outras doenças sexualmente transmissíveis como, por exemplo, clamídia, gonorreia e sífilis mas não SIDA.
“Este é um dado muito reconfortante”, disse Jonathan Volk, responsável pelo estudo, ao jornal The New York Times.
“O estudo mostra que a PrEP funciona mesmo numa população de alto risco”, acrescenta.
A pílula consegue ser ainda mais eficaz quando é combinada com a utilização do preservativo e testes de DST frequentes.
Este foi um estudo observacional que, normalmente, não é considerado tão cientificamente rigoroso como outros ensaios clínicos. Para além disso, os investigadores não sabem ao certo se os participantes tomaram a pílula de uma forma regular.
Porém, Volk considera que esta é uma “outra linha de defesa”. “Não acho que seja certa para todos mas para quem precisa dela, funciona”.