Portugal já atingiu o pico de COVID-19. Mas ninguém sabe o que se segue

marzocchi / Flickr

Coronavírus chegou a números inéditos ao longo dos últimos dois anos. E “há muito mais gente infectada” do que os registos mostram.

O coronavírus voltou a “atacar em força” em Portugal. Não é razão para alarme nacional, para novo confinamento, mas a COVID-19 voltou.

Em Junho houve vários registos invulgares: 18 mortos num só dia, 616 casos noutro dia, contágios a duplicar em cada cinco dias, e mais casos num só mês do que em todo o resto do ano.

Na primeira semana de Julho, morreram 72 pessoas com COVID-19, numa fase em que a subvariante KP3 é a dominante e consegue “enganar” as defesas do corpo humano.

O presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública (ANMSP), Gustavo Tato Borges, avisa que o número de casos oficial “não é total, há muito mais gente infectada” do que os que estão detectados.

Segundo a RTP, há especialistas que garantem que Portugal já atingiu o pico de covid-19.

Um deles é Manuel Carmo Gomes. O epidemiologista disse ao jornal Público que “os dados sugerem fortemente que já passámos o pico”.

O Índice de Transmissibilidade está praticamente no 1 depois de ter descido 1.5.

Mas o mesmo especialista não faz ideia do que se segue. Porque, lembra, com este vírus “ninguém tem muitas certezas”.

A campanha de reforço de vacinas começa a meio de Setembro, com vacinas actualizadas com as novas subvariantes.

Gustavo Tato Borges lembra que são vacinadas apenas as pessoas de maior risco, numa cobertura vacinal que “não é suficiente”.

O presidente da ANMPS acha que as vacinas nas farmácias devem continuar, mas defende uma transmissão mais fácil entre cuidados primários de saúde e as farmácias.

Em relação aos hospitais: “Têm que ter plano de contingência, como máscara na urgência, ou circuito específico para um doente que apareça com sintomas”.