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Peste negra detetada nos EUA. Veio de um gato

Wikimedia Commons

Yersinia pestis

Novo caso de peste bubónica confirmado no estado de Oregon. Paciente terá sido infetado pelo seu gato, que por sua vez pode ter sido mordido por uma pulga infetada. É o primeiro caso no estado em oito anos.

A bactéria Yersinia pestis, responsável pela peste negra, a pandemia mais devastadora alguma vez registada na história da Humanidade, ainda está entre nós.

Um novo caso da peste bubónica foi confirmado esta segunda-feira por entidades de saúde de Oregon, nos EUA. É o primeiro caso em oito anos, desde que uma adolescente que se pensa ter sido mordida por uma pulga durante uma viagem de caça contraiu a bactéria em 2015.

O paciente — que exibiu sintomas graves, incluindo um abcesso raro — terá sido infetado pelo seu gato de estimação, que por sua vez pode ter mordido uma pulga infetada. A transmissão também pode ter acontecido, porém, por contacto direto com fluidos contaminados.

Gânglios linfáticos inchados e dolorosos são alguns dos sintomas precoces de infeção, acompanhados por febre e dores musculares.

Apesar da letalidade histórica da peste bubónica — que matou cerca de 75 a 200 milhões de pessoas na Europa Medieval em apenas 7 anos — os antibióticos modernos reduziram significativamente o seu risco de fatalidade, permitindo que o mais recente paciente respondesse positivamente ao tratamento.

Os contactos próximos do paciente também receberam tratamento como medida de precaução para prevenir adicional propagação.

A Y. pestis infeta principalmente pequenos mamíferos e pulgas e a infeção humana pode ocorrer através de mordidas, contacto com fluidos contaminados ou gotículas no ar, levando a diferentes manifestações da peste.

A forma mais comum, peste bubónica, visa o sistema linfático, podendo progredir para afetar os pulmões se não for tratada prontamente.

Historicamente, a peste — que muito provavelmente se disseminou graças aos humanos e não aos ratos — foi introduzida nos EUA no início do século XX e desde então tem sido limitada a surtos rurais periódicos, com uma média de sete casos reportados anualmente.

Globalmente, a peste ainda está presente em regiões com sobreposição significativa entre populações humanas e reservatórios de animais selvagens, como a República Democrática do Congo, Madagascar e Peru — por vezes, ainda há surtos mortais, avança o Science Alert.

Aliás, ainda hoje esta bactéria afeta a nossa saúde. A Peste Negra gerou o processo de seleção natural mais rápido da história da Humanidade, com o surgimento de quatro genes que aumentaram a resistência da população à doença.

Estes genes produzem proteínas que ajudam a proteger o corpo dos patogénicos e os indivíduos com estas variantes genéticas tinham uma maior probabilidade de sobreviver à doença, relata o Science Alert. sobre um estudo publicado em outubro de 2022.

ZAP //

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