Novo caso de peste bubónica confirmado no estado de Oregon. Paciente terá sido infetado pelo seu gato, que por sua vez pode ter sido mordido por uma pulga infetada. É o primeiro caso no estado em oito anos.
A bactéria Yersinia pestis, responsável pela peste negra, a pandemia mais devastadora alguma vez registada na história da Humanidade, ainda está entre nós.
Um novo caso da peste bubónica foi confirmado esta segunda-feira por entidades de saúde de Oregon, nos EUA. É o primeiro caso em oito anos, desde que uma adolescente que se pensa ter sido mordida por uma pulga durante uma viagem de caça contraiu a bactéria em 2015.
O paciente — que exibiu sintomas graves, incluindo um abcesso raro — terá sido infetado pelo seu gato de estimação, que por sua vez pode ter mordido uma pulga infetada. A transmissão também pode ter acontecido, porém, por contacto direto com fluidos contaminados.
Gânglios linfáticos inchados e dolorosos são alguns dos sintomas precoces de infeção, acompanhados por febre e dores musculares.
Apesar da letalidade histórica da peste bubónica — que matou cerca de 75 a 200 milhões de pessoas na Europa Medieval em apenas 7 anos — os antibióticos modernos reduziram significativamente o seu risco de fatalidade, permitindo que o mais recente paciente respondesse positivamente ao tratamento.
Os contactos próximos do paciente também receberam tratamento como medida de precaução para prevenir adicional propagação.
A Y. pestis infeta principalmente pequenos mamíferos e pulgas e a infeção humana pode ocorrer através de mordidas, contacto com fluidos contaminados ou gotículas no ar, levando a diferentes manifestações da peste.
A forma mais comum, peste bubónica, visa o sistema linfático, podendo progredir para afetar os pulmões se não for tratada prontamente.
Historicamente, a peste — que muito provavelmente se disseminou graças aos humanos e não aos ratos — foi introduzida nos EUA no início do século XX e desde então tem sido limitada a surtos rurais periódicos, com uma média de sete casos reportados anualmente.
Globalmente, a peste ainda está presente em regiões com sobreposição significativa entre populações humanas e reservatórios de animais selvagens, como a República Democrática do Congo, Madagascar e Peru — por vezes, ainda há surtos mortais, avança o Science Alert.
Aliás, ainda hoje esta bactéria afeta a nossa saúde. A Peste Negra gerou o processo de seleção natural mais rápido da história da Humanidade, com o surgimento de quatro genes que aumentaram a resistência da população à doença.
Estes genes produzem proteínas que ajudam a proteger o corpo dos patogénicos e os indivíduos com estas variantes genéticas tinham uma maior probabilidade de sobreviver à doença, relata o Science Alert. sobre um estudo publicado em outubro de 2022.