Mais de 90% das pessoas morrem de causas naturais. Mas o que significa isso?

Mais de 90% das mortes nos Estados Unidos (EUA) morrem devido a causas naturais. Mas o que é considerada uma causa “não natural”?

Uma morte natural ocorre devido a uma doença interna no corpo, explicou ao HuffPost Kathryn Pinneri, patologista forense e presidente da National Association of Medical Examiners. As mortes causadas por cancro, doenças cardíacas ou diabetes são consideradas naturais.

Já as mortes “não naturais” derivam de uma situações ou fatores externos: suicídio, homicídio, afogamento, acidente de carro ou overdose, entre outros.

De acordo com o artigo, nas certidões de óbito são distinguidas a causa e a forma da morte. Embora se diga que uma pessoa morreu de causas naturais, o termo “natural” refere-se à forma como a pessoa morreu e não à causa.

A certidão de óbito especifica a causa imediata da morte, bem como as condições subjacentes que possam ter contribuído. Por exemplo, a causa imediata da morte pode ser uma hemorragia ou um acidente vascular cerebral, causado pela hipertensão – que é, neste caso, a causa subjacente.

Em casos de morte natural, é normalmente o médico que trata o paciente que determina a causa e a forma da morte. No entanto, se a morte derivar de causas não naturais, o atestado de óbito é preenchido por um médico legista.

“Ao determinar a causa e o modo de uma morte natural, são anotados os registos médicos e as circunstâncias” nas quais ocorreu, disse Kathryn Pinneri. “Nas mortes não naturais são necessárias informações adicionais”.

Em alguns casos, contudo, não é fácil determinar se a morte é natural. Segundo a médica, há situações em que a pessoa desenvolve uma doença natural como resultado de um evento não natural. Um exemplo: quando alguém cai, parte o quadril e, ao ser hospitalizado, contrai uma pneumonia e morre.

“Qualquer evento não natural relacionado a uma morte terá precedência, não importa o intervalo entre” entre os dois momentos, referiu Kathryn Pinneri.

Segundo Harold Sanchez, patologista e na Escola de Medicina da Universidade de Yale, “se um funcionário de um banco fica paralisado devido a um ferimento de bala durante um assalto e morre 20 anos depois como resultado das complicações da paralisia, então essa morte é um homicídio e não uma morte natural”.

“Às vezes as diferenças podem ser subtis. Se houver alguma dúvida, contactamos os médicos legistas. Eles têm a última palavra sobre esses assuntos”, acrescentou.