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As pessoas mentem nas redes sociais para parecerem verdadeiras

Partilhar conteúdo pessoal nas redes sociais tornou-se uma actividade comum para um número crescente de pessoas em todo o mundo. E apresentar uma imagem autêntica nestes sites pressupõe incluir elementos de falsidade, de acordo com um novo estudo realizado por investigadores da Universidade de Aalto, na Finlândia.

Segundo a pesquisa, ser autêntico e natural é de extrema importância para os utilizadores de sites de redes sociais, que admitem também manipular partes da sua imagem online, no sentido de se adaptarem às normas sociais e expectactivas dos outros.

O estudo analisou o comportamento dos utilizadores do Facebook e do Last.fm – esta última mais dedicada ao segmento da música. E apesar das diferenças patentes nas referidas plataformas, os comportamentos registados revelaram-se muito semelhantes.

“Apesar de estas duas redes sociais diferirem bastante na forma como os utilizadores partilham conteúdos, observamos que existe um cuidado excessivo em manter um perfil o mais natural possível”, afirmou Suvi Uski, da Universidade de Aalto, citado pelo centro de imprensa europeu AlphaGalileo.

“Também nos deparamos com um desprezo generalizado pelos utilizadores que transformam os perfis em páginas mais elaboradas”, referiu Uski, acrescentando que “os conteúdos considerados como excessivos e carentes contribuem para a perda de respeito social”.

A pesquisa revelou ainda um interessante paradoxo, particularmente visível na plataforma de partilha de música Last.fm.

Não obstante o facto de as normas sociais exigirem que as pessoas sejam verdadeiras nas suas partilhas, “descobrimos que não era incomum para alguns utilizadores escolherem propositadamente para ouvir, ou mesmo não ouvir, músicas que vão ao encontro da imagem que pretendem transmitir aos outros, afirmou Airi Lampinen, co-autor do estudo.

No caso do Facebook, ficou visível que, muitas vezes, os utilizadores optam por não partilhar nada com medo de transmitir uma imagem errada à sua rede de contactos.

Estes dados levam os investigadores a concluir que as partilhas de conteúdo nas redes sociais são bastante mais controladas do que se pensava.

CG, ZAP

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