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Começou a “invasão” da Área 51. Já há detidos e até um festival

Vista aérea da Area 51, fotografada em 1964

Pelo menos 75 pessoas já chegaram à Área 51, uma base militar secreta dos Estados Unidos, em resposta a um evento criado no Facebook.

Milhão e meio de pessoas combinaram invadir esta sexta-feira esta zona misteriosa no estado norte-americano do Nevada, onde acreditam que o governo mantém em cativeiro os extraterrestres que visitaram a cidade de Roswell em 1947, guarda os cenários onde se simulou a chegada à Lua, esconde Elvis Presley e faz testes a máquinas de teletransporte. De acordo com a Associated Press, duas pessoas já foram detidas.

No condado de Lincoln, onde fica a Área 51, localizam-se duas cidades — Rachel e Hiko — na qual vivem pouco mais de 170 habitantes. Estas duas cidades isoladas já receberam 1.500 pessoas na segunda-feira, estimou o xerife do condado, Kerry Lee. Além da invasão à Área 51, foram também criados três festivais relacionados com a mesma temática: extraterrestres.

O único hotel da pequena e desértica cidade de Rachel, onde o número de habitantes não chega aos 50, está esgotado. De acordo com a agência Reuters, foram contratados 15 guardas de segurança, uma ambulância particular e encomendados 80 chuveiros portáteis para receber todos os visitantes.

Segundo o Review Journal de Las Vegas, as estradas que durante todo o ano se mantêm desertas estão a receber enchentes de curiosos, nas suas tendas, carros e autocaravanas. Alguns demarcam-se com bandeiras americanas ou mesmo insufláveis de extraterrestres verdes. Outros mascararam-se de alien.

Há até quem tenha escolhido a ocasião para envergar o seu papel de ativista, ao que dizem, em defesa da liberdade destas criaturas cuja existência nunca ficou provada. “Salvem os extraterrestres do Governo”, lê-se num dos cartazes levados pelos invasores.

O xerife Kerry Lee disse à AP que mais de 150 pessoas já tinham iniciado a viagem de vários quilómetros por caminhos de terra para chegar aos portões da Área 51. Kerry Lee agendou uma conferência de imprensa para o final da manhã desta sexta-feira.

Quando os eventos do Facebook começaram a ganhar dimensão, Laura McAndrews, porta-voz da Força Aérea, emitiu um comunicado a avisar a população que era mais prudente manter-se longe daquela base norte-americana.

“É um campo de treino aberto para a Força Aérea dos EUA e desencorajamos qualquer um a tentar entrar na área onde treinamos as forças armadas americanas. A Força Aérea dos EUA está sempre pronta para proteger a América e os seus ativos”, alertou.

Na terça-feira, dois youtubers foram detidos por tentarem invadir a Área 51. Ties Granzier e Govert Sweep, dois holandeses de 20 e 21 anos, foram encontrados dentro da base, a quase cinco quilómetros do portão de entrada.

Dentro do carro, as autoridades encontraram câmaras de filmar e fotográficas, um telemóvel, um computador portátil e um drone. As investigações aos materiais revelaram que os dois youtubers já tinham recolhido vídeos e fotografias captados no interior da base militar. Todos os conteúdos foram apagados. Foram libertados no dia seguinte após terem pago 500 dólares de fiança.

A designada Área 51 é um terreno militar situado em pleno deserto do Nevada, que está envolvida desde há anos, devido ao secretismo que a rodeia, num halo de mistério que tem motivado numerosas teorias extravagantes. Uma das mais generalizadas é a de que o Governo norte-americano usa este terreno para esconder provas de vida extraterrestre.

De facto, o Governo norte-americano nunca reconheceu a existência desta instalação militar até agosto de 2013, quando a CIA desclassificou uma série de documentos que confirmavam a existência desta base militar.

Aquela teoria sustenta, entre outros pontos, que foi para ali que se transferiram os restos de uma alegada nave extraterrestre, que se tinha despenhado em Roswell, no Estado do Novo México, em julho de 1947.

ZAP //

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