O Ministério das Relações Exteriores do Peru anunciou na segunda-feira que o Museu de Ciência e História de Corpus Christi, no Texas (EUA), decidiu voluntariamente devolver uma múmia infantil peruana com dois mil anos.
Acredita-se que os restos correspondem a uma menina entre 6 e 8 anos de idade que foi envolta num pano e depois num feixe de cordas. De aproximadamente 50 centímetros, o corpo ainda conserva vários pedaços dentais e está com as mãos cruzadas no peito e as pernas reunidas em posição fetal.
“Devido ao tamanho da múmia, eu pensei que era um bebé, mas ao olhar para os raios X, pode ver-se que as suas pernas estão presas”, disse Suzi Beckwith, coordenadora de raios X do Hospital Infantil Driscoll ao El Comercio.
A origem da múmia infantil foi determinada pelo tipo de revestimento e modificação craniana, apresentando características clássicas das áreas antiplânicas. Isto foi confirmado por especialistas do Ministério da Cultura, que também estabeleceram a sua autenticidade.
De acordo com a declaração do Ministério das Relações Exteriores, o valioso bem cultural teria alcançado a instituição do Texas nos anos 60, do Museu Americano de História Natural, em Nova York, e esteve em exibição por várias décadas. No passado dia 4 de janeiro, o seu regresso ao Peru foi tornado oficial.
As autoridades indicaram que a repatriação dos restos arqueológicos terá lugar na quinta-feira, 7 de fevereiro, graças aos esforços das representações diplomáticas do país no exterior, no âmbito dos esforços para recuperar o património cultural do Peru.
A múmia será exibida no Museu de Antropologia e História, em Lima, onde serão realizados estudos mais detalhados sobre este bem cultural.
Outras peças arqueológicas recuperadas
O Ministério das Relações Exteriores conseguiu recuperar mais de sete mil peças nos últimos oito anos pertencentes ao património arqueológico e cultural do país. Entre as peças mais marcantes repatriadas nos últimos meses está uma máscara funerária da civilização pré-inca de Sicán, que foi litigada na Alemanha durante 19 anos.
Também um tear da civilização Mochica, entregue pelo Museu de Etnologia de Leide, na Holanda, bem como as pinturas “A criação de Eva”, roubada em 1992 da capela Virgen del Rosario do município de Hualahoyo; e “Santa Bárbara”, pertencente à Escola Cusqueña.